segunda-feira, 11 de junho de 2007

A INCLUSÃO DIGITAL COMO POLÍTICA PÚBLICA

Comentário de: Ediloy Antonio Carlos Ferraro [Visitante] · http://0.2.64.176/
11.06.07 @ 15:02

Já me manifestei em um outro blog deste jornal sobre o tema e volto ao comentário.

Diferentemente de opcional o uso dessa nova ferramenta, o computador, tornou-se imprescindível, interferindo na própria economia do País.

Nos anos 70 o requisito exigível para o início de qualquer jovem no mercado de trabalho era simples. Bastava conhecimento de datilografia e estar cursando o então curso ginasial e já estava apto o concorrente para ingressar nos serviços de escritório ou bancário.

Passados pouco mais de três décadas, contudo, o universo se ampliou, exigindo-se conhecimentos em novas tecnologias e idiomas ( Inglês e Espanhol), com requisito de pós graduação em algumas àreas de nível superior.

Infelizmente, em sentido inversamente proporcional, o ensino decaiu em qualidade, com desmotivação profissional para o corpo docente, graças a baixos salários, sobretudo.

Ou seja, enquanto o mundo avança, célere, em novos conhecimentos, fundamentado em aplicação em educação, o Brasil foi indolente com esse setor vital para a sua inserção no mundo globalizado...

Ocorre que Educação não se melhora com medidas paliativas, de curto prazo. São investimentos de longo alcance, apostando-se hoje em gerações futuras.

Os setores sociais com mais condições de reivindicar por melhorias na Educação, Saúde e Segurança Pública, eximiram-se de participar, optando-se por saídas individuais.

Assim cresceram assustadoramente escolas particulares de ensino duvidoso, planos de saúde que dominam a maior parte da receita de aposentados, e a (in)segurança social, pois quem podia gritar por melhorias correu atrás de resolver o seu lado, deixando livre o Estado de suas mais básicas obrigações.

Parênteses que abro para lembrar que muitos hoje buscam esses serviços no Estado e não encontram aquilo pelo que deixaram de lutar.

Apesar de incipiente e tímida ainda a medida de se proporcionar o acesso ao laptop popular aos estudantes da rede pública deve-se contabilizar como um remendo necessário, visto que o poder aquisitivo de amplos setores de nossa população são aviltantes e só comparáveis às nações que engatinham ainda no pré-capitalismo

3 comentários:

Blog do Ediloy disse...

Assino embaixo, Ferraro.


enviado por Alexandre Barbosa (editor assistente, Jornal o Estado de São Paulo), p/email

Blog do Ediloy disse...

publicado no Recanto das letras, Artigo, em 05/04/09

Blog do Ediloy disse...

Ediloy, interessante o seu artigo. Também me preocupo com a questao da inclusao digital em países pobres. No caso do Brasil, penso nao se tratar, simplesmente, de permitir que famílias pobres tenham acesso aos computadores. O problema é fazer com que tirem proveito dessa tecnologia para seu próprio desenvolvimento. Na Alemanha, pais considerado rico, ter computador em casa é coisa banal pra muita gente - criancas já comecam a usá-lo na pré-escola. No entanto, observo que, em famílias com nivel mais baixo de formacao dos pais, a tecnologia é sub-utilizada. Acesso, puramente, nao adianta muito. Eu tenho um sonho. Se tivesse dinheiro, montava redes de bibliotecas por todo o país, investindo na formacao de profissionais e na aquisicao de recursos - computadores e livros - e investiria na criacao de programas para formar leitores, cidadaos críticos. É um sonho... Quem sabe um dia... Nao adianta nada dar um recurso para alguém que nao tem a mínima idéia do que fazer com ele. Por outro lado, tem gente que, tendo a oportunidade, encontra seu caminho sozinho, por conta propria, com a ajuda ou o exemplo de alguém. Aí entra o meu apoio à ideia da rede de bibliotecas ou centros de coletivos de informática. Parabéns pelo texto! Obrigada pela oportunidade de reflexao e troca de idéias. Um abraço fraterno :-)

Enviado por Helena Frenzel em 06/04/2009 06:22
para o texto: A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO NO BRASIL (T1523759)