MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
domingo, 28 de março de 2010
TESTEMUNHA DE MIM MESMO
só pelos meus sentidos apreendo
antenas de vivências e dúvidas
retrato o mundo em minha ótica
somente, unicamente,
pelos olhos míopes,
e a percepção vesga
posso sentir
e opinar
sobre o que vejo
até me identifico
com tantos
mas só em mim registro
egocêntrico, com certeza,
mais uma de minhas fraquezas
meu porto insano, meus enganos...
sexta-feira, 26 de março de 2010
O UMBIGO E O UNIVERSO
ao falar de si
cobaia testemunha
narra o homem seu Meio
átomo de um Todo
parte indissociada
suas marcas revelam
seu tempo, história,
sua gente e costumes
na narrativa lírica
epopéicas alusões
pano de fundo
indeléveis registros...
VIAGENS...
alheios os cenários
onde debalde busco
inspirações para os escritos
nem o céu e suas estrelas
montanhas e vales verdes
ou belezas outras da plácida natureza
ensimesmado retorno
para as gavetas interiores
em rotas fantasias reavivo
acabrunhado,
açodado em exigências,
liberto o palhaço íntimo
e, palco pronto,
texto ensaiado,
rabisco meus devaneios...
VAIVÉNS
retomo a mim
como um sedento
em busca d' água
escondo-me
receando
ser descoberto
canto íntimo
a me acolher
deleites e sorrisos
almejo voos altos
vou ao paraíso
quimera fugaz
ninguém ausenta
de si mesmo
impunemente
volto à lida dos homens
circunspectos e distantes
ocultas deixo as fantasias...
quinta-feira, 25 de março de 2010
SONHO/PESADELO
o ócio
letárgico,
nos leva
além do momento
que os tormentos
do dia afasta
na rotina atribulada
azáfama das lidas
somos máquinas
na indolência
viajamos
navegamos
rotas nem tão pacíficas
interiores revisitados
emergimos assustados
de volta para a fuga
no esquecimento de nós
alienados nas horas corridas...
letárgico,
nos leva
além do momento
que os tormentos
do dia afasta
na rotina atribulada
azáfama das lidas
somos máquinas
na indolência
viajamos
navegamos
rotas nem tão pacíficas
interiores revisitados
emergimos assustados
de volta para a fuga
no esquecimento de nós
alienados nas horas corridas...
quarta-feira, 24 de março de 2010
MÁQUINA DOS SENTIDOS
onde nos situamos ?
no acaso do sentidos
se rimos, satisfeitos
se não, contrafeitos
dependemos da máquina
a embalagem vestida
avaria, por menor que seja,
incômodos enseja
um mal estar
dores aqui e ali
perturbações
indisposições
ainda que o céu esteja azul
o sol brilhe em seu reinado
se a bílis se desorienta,
não há beleza que aguenta...
domingo, 21 de março de 2010
IDA/VINDA
se é a partida
dolorida
como sóe sê-lo
a despedida
o reencontro
reaviva
sufoca saudades
então sentidas
e a vida,
ressurgida,
retoma suas cores
rotinas emotivas...
dolorida
como sóe sê-lo
a despedida
o reencontro
reaviva
sufoca saudades
então sentidas
e a vida,
ressurgida,
retoma suas cores
rotinas emotivas...
sábado, 20 de março de 2010
TESTEMUNHAS DA CAMINHADA
notícias de alguém
personagem de momentos
vividos em outros tempos
retalhos trazidos
em memórias
viventes da mesma história
testemunhas ambos
registros e marcos
de algumas façanhas
nesse enredo
mosaico
pedaços
do Todo partes
um do outro
lembranças, fragmentos...
personagem de momentos
vividos em outros tempos
retalhos trazidos
em memórias
viventes da mesma história
testemunhas ambos
registros e marcos
de algumas façanhas
nesse enredo
mosaico
pedaços
do Todo partes
um do outro
lembranças, fragmentos...
NUANCES TEMPERAMENTAIS
se pudessemos nos conter
ser o que idealizamos
bondosos, calmos, compassivos
mas, qual tempestade imprevista,
submergimos do subterrâneo
e do lodo trazemos as iras
palavras que chicoteiam
escarneiam, machucam
vitupérios de vômitos
para depois, serenos,
envergonhados, arrependidos
dar-nos conta de nossas faltas
feito crianças dengosas
reclamando colo e perdão
de quem amamos e magoamos...
sexta-feira, 19 de março de 2010
RANZINZA FELICIDADE
emudecem meus queixumes
as manhãs promissoras
me convidando a aderir
ao enlevo da natureza
gorgeios da passarada
sol prenunciado na janela
azul céu, intenso e claro,
e ai, envergonhado,
me alegro, e me calo
e agradeço resignado
embevecido
pela graça de existir...
as manhãs promissoras
me convidando a aderir
ao enlevo da natureza
gorgeios da passarada
sol prenunciado na janela
azul céu, intenso e claro,
e ai, envergonhado,
me alegro, e me calo
e agradeço resignado
embevecido
pela graça de existir...
quinta-feira, 18 de março de 2010
RAZÃO SEM EMOÇÃO
desnudo de entretantos
na lógica aparente
renegando ornamentos
perseguindo teorias
racionalizando
rastreando argumentos
gélida
consumada lavra
visão de documento
lápide fria
sucinta
expressa
flor artificial
desidratada
inanimada
uma foto
semblante
sem sorrisos...
na lógica aparente
renegando ornamentos
perseguindo teorias
racionalizando
rastreando argumentos
gélida
consumada lavra
visão de documento
lápide fria
sucinta
expressa
flor artificial
desidratada
inanimada
uma foto
semblante
sem sorrisos...
domingo, 14 de março de 2010
PERSEVERANÇA
de grão em grão
de areia
em pedregulhos
encimados em cuidados
nas torres
do castelo ameaçado
pelas ondas
lambidas, atrevidas
cada vez mais próximas
das fortalezas
alicerçadas nos montinhos
pilastras adornadas em carinhos
veio por fim, mais ousada,
a água invadindo a praia
só ficou registrado na retina
a força incrédula
das paredes de arrimo
sendo arrastadas
valeu a dignidade
na resistência
fortalecida nas lutas...
de areia
em pedregulhos
encimados em cuidados
nas torres
do castelo ameaçado
pelas ondas
lambidas, atrevidas
cada vez mais próximas
das fortalezas
alicerçadas nos montinhos
pilastras adornadas em carinhos
veio por fim, mais ousada,
a água invadindo a praia
só ficou registrado na retina
a força incrédula
das paredes de arrimo
sendo arrastadas
valeu a dignidade
na resistência
fortalecida nas lutas...
sexta-feira, 12 de março de 2010
EM ORAÇÃO
na placidez desses momentos
moderados, letárgicos, atentos
em mim há um incêndio
maremoto em ondas calmas
sísmicas movimentações
erupção incandescente inaparente
são apenas olhos generosos
atenuantes
que me fazem enxergar luzes
onde há o breu das agonias
óasis limpos em desertos
fé inabalável na descrença
genuflexo
aparvalhado
mãos em súplicas
misericórdia
em lamentos íntimos
para a prisão que me reveste
nesta veste
meu cárcere
nestes cinco parcos sentidos...
moderados, letárgicos, atentos
em mim há um incêndio
maremoto em ondas calmas
sísmicas movimentações
erupção incandescente inaparente
são apenas olhos generosos
atenuantes
que me fazem enxergar luzes
onde há o breu das agonias
óasis limpos em desertos
fé inabalável na descrença
genuflexo
aparvalhado
mãos em súplicas
misericórdia
em lamentos íntimos
para a prisão que me reveste
nesta veste
meu cárcere
nestes cinco parcos sentidos...
quinta-feira, 11 de março de 2010
SONHAR/VIVER
ilusões
fixos olhos
no infinito
um batráquio
enamorado
cobiçando a lua
escanfandrista
em precipício
almejando as alturas
condição humana
sonhadora, tristonha
anseios e desvelos
vive-se a realidade
em sonhos
embalados em fantasias
fixos olhos
no infinito
um batráquio
enamorado
cobiçando a lua
escanfandrista
em precipício
almejando as alturas
condição humana
sonhadora, tristonha
anseios e desvelos
vive-se a realidade
em sonhos
embalados em fantasias
quarta-feira, 10 de março de 2010
ACUSAÇÕES
o dedo em riste,
triste,
marca desgraças
de outrem
em faltas
descaminhos
aponta e condena,
desdenha,
motivos e sandices
altaneia-se além
do próximo,
em erros, abandonos
tristonhos são os acertos
elencados em desacertos
daquele que errou
e o indicador acusatório
firmado em certezas
leviandades levezas
de quem se coloca
acima e inatingível
aos humanos enganos...
triste,
marca desgraças
de outrem
em faltas
descaminhos
aponta e condena,
desdenha,
motivos e sandices
altaneia-se além
do próximo,
em erros, abandonos
tristonhos são os acertos
elencados em desacertos
daquele que errou
e o indicador acusatório
firmado em certezas
leviandades levezas
de quem se coloca
acima e inatingível
aos humanos enganos...
sexta-feira, 5 de março de 2010
DISTÃNCIAS...
o sentir de agora
dóe no corpo
magoa a alma
o fenecer das alvoradas
e entristecer dos ocasos
arrebóis rubros no cenário
a louca lógica
entre o nexo/causa
dos períodos de um dia
racionais horários
de se equacionar
o tempo no calendário
há saudades do alvorecer
nas vespertinas despedidas
entardeceres, melancolias...
Assinar:
Postagens (Atom)