não sejam
charadas
labirintos
tampouco
óbvio,
presumido
liturgia
adornada
no simples
apreensão
do etéreo
mistérios
sussurros
ruídos
sons dos ventos...
MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
domingo, 31 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
ÍNTIMOS VOOS
brisa que acaricia
levita pensamentos
alma em sintonia
dulcificados instantes
encontros íntimos
digressões, orações
além do ordinário
superando tropeços
mágicas euforias
vaga a mente
haurindo forças
suavizando os dias...
levita pensamentos
alma em sintonia
dulcificados instantes
encontros íntimos
digressões, orações
além do ordinário
superando tropeços
mágicas euforias
vaga a mente
haurindo forças
suavizando os dias...
domingo, 24 de outubro de 2010
DEJETOS
vento leve
a preguiça
ares e ais
indolência
displicência
flatulências
higienize
vícios
malefícios
evole nas brumas
biograde
em espumas
nefasta participação
azedumes,dissabores
reles poluição...
a preguiça
ares e ais
indolência
displicência
flatulências
higienize
vícios
malefícios
evole nas brumas
biograde
em espumas
nefasta participação
azedumes,dissabores
reles poluição...
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
TURVAS CAMINHADAS
águas de rio desviando
percalços, incômodos,
deixando acomodado
espinhos encravados
atenuados relevados
postergados
na maciota
relegando para lá
resolução insoluta
cravos das estacas
estigmas incrustados
cicatrizes da existência
vida distraída,
despercebida,
macerada em dores
aliviando em orações
penitências perpétuas
caminhos em calvários...
percalços, incômodos,
deixando acomodado
espinhos encravados
atenuados relevados
postergados
na maciota
relegando para lá
resolução insoluta
cravos das estacas
estigmas incrustados
cicatrizes da existência
vida distraída,
despercebida,
macerada em dores
aliviando em orações
penitências perpétuas
caminhos em calvários...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
ONÍRICA TELA
no alvo tecido
mistura colorida
pincéis verbais
retratos de momentos
captando impressões
tonalidades variadas
choros e lágrimas
alegrias e sorrisos
um fundo misto
na tela de sonhos
vitral fragmentado
registros da alma
paisagem retratada
não visível, exposta,
mas íntima, guardada
rascunhada em palavras
pinceladas no horizonte
sensações, emoções...
mistura colorida
pincéis verbais
retratos de momentos
captando impressões
tonalidades variadas
choros e lágrimas
alegrias e sorrisos
um fundo misto
na tela de sonhos
vitral fragmentado
registros da alma
paisagem retratada
não visível, exposta,
mas íntima, guardada
rascunhada em palavras
pinceladas no horizonte
sensações, emoções...
terça-feira, 19 de outubro de 2010
ALHEIA IMAGEM
alheio nas evidências
cãs de minhas mechas
no cansaço da matéria
tampouco no calendário
dando conta
voos de mais de meio tempo
mantenho as matreirices
no olhar íntimo
de uma criança buscando
nos baús esquecidos
seu enredo inacabado
conto de fadas narrado
nem imagino
e me estranho
na imagem refletida
como quem
da peleja
rende-se exausto
e o mundo rodou
nos avanços
e retrocessos
como na roda gigante
em parque infantil
no lampadário colorido
idas e voltas
cirandas melodias
encantos desencantos da vida...
cãs de minhas mechas
no cansaço da matéria
tampouco no calendário
dando conta
voos de mais de meio tempo
mantenho as matreirices
no olhar íntimo
de uma criança buscando
nos baús esquecidos
seu enredo inacabado
conto de fadas narrado
nem imagino
e me estranho
na imagem refletida
como quem
da peleja
rende-se exausto
e o mundo rodou
nos avanços
e retrocessos
como na roda gigante
em parque infantil
no lampadário colorido
idas e voltas
cirandas melodias
encantos desencantos da vida...
domingo, 17 de outubro de 2010
MATERIAIS LIMITES
tantos esperam
dos escritos
laudas poéticas
reportarem
a uma musa
decantada
talvez se amesquinhe
meus cantos restritivos
ao corpo, por mais belo
tais os limites
entre as faces
com sorrisos
o tórax
ostentando mamilos
seios encantadores
ou a pélvis
enigmática,
gruta versejada
ainda as pernas
longas, médias
esguias ou robustas
parco horizonte
apesar de tentador
para reter ímpetos
a um mundo
inteiro, sedutor,
embora enamorado
de suas curvas
e rebolados
e de encantos
cobiçados
na cabeleira
nos olhos ternos
no cálido de seus abraços
entrelaçar de suas pernas
na doçura do gozo intenso
ganho asas
voos frenéticos
solto livre em meus versos...
dos escritos
laudas poéticas
reportarem
a uma musa
decantada
talvez se amesquinhe
meus cantos restritivos
ao corpo, por mais belo
tais os limites
entre as faces
com sorrisos
o tórax
ostentando mamilos
seios encantadores
ou a pélvis
enigmática,
gruta versejada
ainda as pernas
longas, médias
esguias ou robustas
parco horizonte
apesar de tentador
para reter ímpetos
a um mundo
inteiro, sedutor,
embora enamorado
de suas curvas
e rebolados
e de encantos
cobiçados
na cabeleira
nos olhos ternos
no cálido de seus abraços
entrelaçar de suas pernas
na doçura do gozo intenso
ganho asas
voos frenéticos
solto livre em meus versos...
sábado, 16 de outubro de 2010
PRESENTES/AUSENTES
cantar de pássaros
campas florescidas
revividos passados
mente povoada
lembranças
solidão presente
presenças ausentes
viajantes
tão longe e perto
dor que estrangula
muda, implacável,
vivos e distantes...
campas florescidas
revividos passados
mente povoada
lembranças
solidão presente
presenças ausentes
viajantes
tão longe e perto
dor que estrangula
muda, implacável,
vivos e distantes...
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
ADULTO/CRIANÇA
do menino de ontem
restou um compromissojamais esquecê-lo
entender anseios
medos fantasias
o mundo onírico
mas a vida
no leva e traz
da roda viva
deixou para lá
promessas vãs
não cumpridas
volta e meia
ainda voltam
os reclamos
desse tempo criança
jeito manhoso, teimoso
nas birras e impertinências...
*selecionada para figurar na 72° Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, edit. CBJE, Rio de Janeiro, edição dez/2010
MOSAICO DIFUSO
caleidoscópio montado
mosaico de fragmentos
juntados à revelia
forçando memórias
colando pedaços
de tempos vividos
inócuas tentativas
momentos únicos
jamais revividos
do ontem restam
esmaecidas lembranças
amiúdes retornam difusas
pondo-nos nus
ora adultos contritos
ou crianças crescidas...
mosaico de fragmentos
juntados à revelia
forçando memórias
colando pedaços
de tempos vividos
inócuas tentativas
momentos únicos
jamais revividos
do ontem restam
esmaecidas lembranças
amiúdes retornam difusas
pondo-nos nus
ora adultos contritos
ou crianças crescidas...
VISÕES DISCERNIDAS
visões captando
seduzindo percebendo
sensações e momentos
luzes pífias, frias,
neons purpurinas
vãs fantasias
deglutindo percepções
digerindo informações
correndo nas veias
o puro, aproveitável
relegando a dejetos
o fútil, passageiro....
seduzindo percebendo
sensações e momentos
luzes pífias, frias,
neons purpurinas
vãs fantasias
deglutindo percepções
digerindo informações
correndo nas veias
o puro, aproveitável
relegando a dejetos
o fútil, passageiro....
domingo, 10 de outubro de 2010
PARALELOS
água corrente
límpida cristalina
nascida nas retinas
da alma sensível
passível
de emoções
escorre nas faces
nublando sorrisos
deixando cicatrizes
alegrias
de chegadas
e amargas despedidas
ânimos de euforias
pesares e agonias
levando, deixando
sinais na vida
sulcos em leitos
secos dos rios...
límpida cristalina
nascida nas retinas
da alma sensível
passível
de emoções
escorre nas faces
nublando sorrisos
deixando cicatrizes
alegrias
de chegadas
e amargas despedidas
ânimos de euforias
pesares e agonias
levando, deixando
sinais na vida
sulcos em leitos
secos dos rios...
O SOFRER & A ARTE
não fosse a dor
pungente aguda
muda, existencial
os artistas
eternos tímidos
sofridos travestidos
em vestes fugazes
alegorias
de efêmeras alegrias
não esculpiriam
em suas artes
devaneios, reflexões
enaltecendo a vida
floreando em cores
painéis descoloridos
dos enganos e ilusões
menestréis da esperança
nas andanças das jornadas
branda leviana fosse
a angústia
emudeceria tanta luz...
pungente aguda
muda, existencial
os artistas
eternos tímidos
sofridos travestidos
em vestes fugazes
alegorias
de efêmeras alegrias
não esculpiriam
em suas artes
devaneios, reflexões
enaltecendo a vida
floreando em cores
painéis descoloridos
dos enganos e ilusões
menestréis da esperança
nas andanças das jornadas
branda leviana fosse
a angústia
emudeceria tanta luz...
sábado, 9 de outubro de 2010
UTOPIA
quero a terra dividida
alegrias fraternais
em igual toda comida
hinos de louvor
à socialização da vida,
bem vivida, abençoada
fome triste lembrança
de civilização medonha
viva alegrias de crianças
liberdade de correr
e de dizer o que se quer
sem amarras e censuras
e o que é de todos
por direito de existir
sem divisões e castas
e todas as iniquidades
rivalidades e posses
anistiadas, esquecidas
no agora é a hora
de sermos humanos
sem cercas e divisas...
alegrias fraternais
em igual toda comida
hinos de louvor
à socialização da vida,
bem vivida, abençoada
fome triste lembrança
de civilização medonha
viva alegrias de crianças
liberdade de correr
e de dizer o que se quer
sem amarras e censuras
e o que é de todos
por direito de existir
sem divisões e castas
e todas as iniquidades
rivalidades e posses
anistiadas, esquecidas
no agora é a hora
de sermos humanos
sem cercas e divisas...
IMPRESSÕES DO TEMPO
névoas em devaneios,
imagens sons insólitos,
mosaico de emoções
do nada surgindo
sempre presentes
melancolias alegrias
realidades e sonhos
parceria simultânea
íntimo acabrunhado
curiosos sentidos
matreiros, infantis,
na madureza cronológica
ilógico das fantasias
quimeras, alegorias,
gritos e ecos surreais
rememorados sentimentos
tempos não demarcados
inócuos anseios alados...
imagens sons insólitos,
mosaico de emoções
do nada surgindo
sempre presentes
melancolias alegrias
realidades e sonhos
parceria simultânea
íntimo acabrunhado
curiosos sentidos
matreiros, infantis,
na madureza cronológica
ilógico das fantasias
quimeras, alegorias,
gritos e ecos surreais
rememorados sentimentos
tempos não demarcados
inócuos anseios alados...
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
NA MACIOTA
mesmo a dor lamentada
cantada como réquiem
em despedida amarga
deve ser cortejada
como uma dama
um par na dança
embalada nas lágrimas
do questionar
passos e gingos dançantes
mesmo a parceira aziaga
não há de ser molestada
lastimada, denunciada
como feridas abertas
chagas moribundas
têm que ter um charme
um quê de mistério
uns versos reversos
chorando, rindo, dançando
levando a vida
em altos e baixos
alegrias e cansaços...
cantada como réquiem
em despedida amarga
deve ser cortejada
como uma dama
um par na dança
embalada nas lágrimas
do questionar
passos e gingos dançantes
mesmo a parceira aziaga
não há de ser molestada
lastimada, denunciada
como feridas abertas
chagas moribundas
têm que ter um charme
um quê de mistério
uns versos reversos
chorando, rindo, dançando
levando a vida
em altos e baixos
alegrias e cansaços...
REGISTROS DA ALMA
sons surgidos
ventos nas janelas
trovões temporais
chuviscos do verão
saltitando no asfalto
mormaço refrescado
terra seca
molhada
frescores evolados
águas de enxurradas
canções em cascatas
ruídos das matas
atentos ouvidos
suaves melodias
registros íntimos...
ventos nas janelas
trovões temporais
chuviscos do verão
saltitando no asfalto
mormaço refrescado
terra seca
molhada
frescores evolados
águas de enxurradas
canções em cascatas
ruídos das matas
atentos ouvidos
suaves melodias
registros íntimos...
terça-feira, 5 de outubro de 2010
PRISMAS DO TEMPO
o olhar
de ontem
emoções vividas
imagens marcadas
conclusões
visões de antanho
o visto agora
ótica diversa
outras sensações
olhos
e mente
acrescidos
de vivências
experimentos
e desenganos...
de ontem
emoções vividas
imagens marcadas
conclusões
visões de antanho
o visto agora
ótica diversa
outras sensações
olhos
e mente
acrescidos
de vivências
experimentos
e desenganos...
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
CONTRADIÇÕES
mutáveis tons
cristalinas luzes
reverberando charcos
turvo cenário
pântanos fétidos
alvos lírios belos
aromas em pústulas
nobres sentimentos
desdéns desapreços
escárnios
contrapondo
compaixões
trêmulas linhas
firmes objetivos
caminhos incertos...
cristalinas luzes
reverberando charcos
turvo cenário
pântanos fétidos
alvos lírios belos
aromas em pústulas
nobres sentimentos
desdéns desapreços
escárnios
contrapondo
compaixões
trêmulas linhas
firmes objetivos
caminhos incertos...
sábado, 2 de outubro de 2010
NUANCES
dias há
imersos
nas fantasias
arrimos
suportando
realidades
noutros
no fel do real
espantando ilusões...
imersos
nas fantasias
arrimos
suportando
realidades
noutros
no fel do real
espantando ilusões...
FUTURO DO PRESENTE
futuro
de ontem,
o agora.
certezas
presentes,
realidades
em breve
passado,
instantes vividos
amanhã
postergadas esperanças
ânimos acalentados...
de ontem,
o agora.
certezas
presentes,
realidades
em breve
passado,
instantes vividos
amanhã
postergadas esperanças
ânimos acalentados...
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