Em resposta a: Terapia ocupacional jornal Estado de São Paulo
Ediloy Antonio Carlos Ferraro [Visitante] · http://147632
Tratamos do assunto da reeleição como coisa abjeta, descartável, sem, contudo, questionarmos além dos interesses imediatistas dos que tem o poder de decidir, infelizmente, e ao que parece, ao arrepio de maiores debates com a sociedade.
A reeleição existe há muito tempo nas democracias mais conhecidas. Na frança, por exemplo, o mandato do governante é de 7 anos, com direito à recondução, lá foi a pátria do Iluminismo, sede da revolução que mexeu com a história da humanidade. Podemos citar, entre outros, os Estados Unidos da América, para ficar em apenas dois.
Por que aqui temos que ser tão instáveis ? Recorda-me a questão do "jeitinho" brasileiro, a história pátria nos dá excelentes modelos. Vejamos o parlamentarismo urdido às pressas para contornar uma crise institucional da posse do Jango, após a renúncia do Jânio, para depois voltarmos ao presidencialismo.Caso mais recente foi nas diretas já, criaram o colégio eleitoral, meio paliativo de não melindrar nossa incipiente nova república com os militares arriados do poder.
Será que o instituto da reeleição é tão nefasto como querem fazer crer ? O povo deve ter o direito de manter o governante que escolheu ou defenestrá-lo, democraticamente, pelas urnas.
O mandato a cargos executivos são exíguos, incapazes de se ter tempo hábil para projetos de longo curso. Depois há a nefasta cultura de se renegar os projetos do antecessor, numa descontinuidade administrativa onerosa aos cofre públicos. Quando assume o eleito, já o faz com o orçamento definido no governo anterior, depois passa-se 2 anos e entramos novamente em período eleitoral ( prefeituras, etc) dificultando a vida parlamentar no exercício de suas funções, preocupados que ficam os ilustres com seus rincões eleitorais, além da batalha política dificultando a Administração do governante.
Quanto custou aos cofres públicos, por fim, a aprovação da reeleição ? Tudo isso, é nada ?
Precisamos sim, que seja mantida a reeleição, por ser necessária e democrática. Defendo, inclusive, o aumento dos mandatos para que os projetos possam ser formulados e acompanhados pelos seus idealizadores até a conclusão ( quando isso for possível).
Excesso de eleições pode não significar democracia, mas conveniências dos políticos de plantão.
13.04.07 @ 18:57
Um comentário:
Muito bom texto. Gostei!Mas, fico triste porque infelizmente não existe democracia em nenhum lugar do mundo.Democracia formal não é democracia.O sistema político está a reboque do sistema econômico,deveria ser o contrário.Nos USA,não existe democracia:se você ganhar a eleição no voto popular,mas não ganhar no número de delegados(falcões americanos,os donos do poder e do dinheiro) você não leva.O mundo está longe de atingir uma democracia popular, aquela cujo PODER emana do povo e por ele deve ser exercido.O modelo de sociedade no qual estamos inseridos já faliu há muito tempo, o Capitalismo caminha inexoravelmente para o caos social.É questão de tempo.Não suportaremos viver em uma sociedade consumista,individualista, que nega a existência do outro. O mundo clama por interações culturais,econômicas, vitais e entre pessoas.Este modelo isola as pessoas no contexto social, para que se tenha uma democracia formal, sem significado. É isso que os donos do PODER buscam. Com a ajuda da Mídia e do Estado.Um abraço.
Enviado por Flávio Nelson (não autenticado*) em 13/10/2008 14:15
para o texto: REELEIÇÃO (T1225408)
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