MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
INVENTÁRIO DE SONHOS
vestígios
leves
na areia
sonhos
fumaças
ao vento
à deriva
nau
sem rumo
marés
desatinos
redemoinhos
o resto
funesto
lembranças...
AMBIGUIDADES *
fel
lábios
mel
malícias
carícias
macias
lascívias
belezas
levezas
bruxa
fada
encantos
fel
malícias
lascívias de bruxa
mel
carícias
belezas de fada
juntas
opostas
desejadas...
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
IRMÃOS
somos frutos
mesma árvore
unidos na raiz
com a vida
doidivanas
esquecidos
no tempo
sementes
plantas novas, raízes...
(p/aniversário da Edeli, 30/10)
INIMIGO AO LADO
vampiriza
tua seiva
alegrias
parasita
ideais
sonhos
nutre
dores
em flores
opaca
brilho
sorriso
mordaz
sagaz
ironias
fel
infiel
companhia...
DE VIÉS
espreito
atento
dramas
alheios
enredos
descrevo
disfarces
tramas
vividos
exponho
dores
outras
no alheio
feridas
apresento
revelo
enviesado
as minhas...
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
CORRENTES
te quis
bibelô
mimo
disponível
aprazível
desfrutável
tuas dores
meus
sabores
inseguranças
tuas
certezas minhas
fraquezas
tuas
domínio meu
tua luz
minhas
trevas
tua liberdade
meus
receios
ausência tua
dores
minhas...
AMOR & DOR
faltas
carências
ausências
temas
teimam
dilemas
amores
suspiros
versados
dores
saudades
rancores
conjugados
unidos
doce amargo
PRESENÇA DISTANTE
tua pele
mãos
ávidas
fruta
doce
melada
tua tez
veludo
suores
teu aroma
fragrância
desejos
tua ausência
presença
distante
terça-feira, 28 de outubro de 2008
UM POUCO MAIS...
antes que
o baile
acabe
a orquestra
silencie
a luz apague
tire a roupa
de gala
alugada
desfaçam
os mimos
no penteado
os corpos
lavados
sem perfumes
antes que
o principe
vire sapo
deixe-me
revê-la
princesa
antes que
o encanto
se desfaça
e tudo
perca
a graça...
NUANCES
amores
prazeres
cama aquecida
assuntos
banais
coisas e tais
levianas
leves
opiniões
humores
alterados
enjoados
rinhas
disputas
picuinhas
desprazer
desamor
cama esquecida...
CONTROVÉRSIAS
ela aparecendo
ele sumindo
contra-mão
palavras
mal ditas
discussão
ausências
sentidas
presenças não
idealizadas
pazes
desilusão
delírios
carinhos
espinhos
se amaram
separaram
voltaram
ele vindo
ela indo
acostumaram...
DOR DE COTOVELO
tenho fígado
regulado
não embriago
não tenho armas
de fogo
temo as brancas
não me restam
saídas
ácida lucidez
mágoas
lágrimas
vertidas
disfarces
receios
olhares
morro
em sonhos
vivo pesadelos
angústia
íntima
de não tê-la...
REMENDOS
Fui me achando
vasculhando
pelos cantos
de mim restos
perdidos
recolhidos
recompondo
quebra-cabeças
mosaico estilhaços
peça-a-peça
desenho
tosco
encontrando
aqui e ali
cacos farelos
inteiro e dolorido
em risos
ameaças partir...
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
FRENESI
fostes
musa
versejada
acrescentada
a aura
de uma diva
conduzida
carruagens
cintilantes
amantes
levitamos
incomuns
voamos
oceanos
paraísos
édens
fantasias
deusa rainha
sonho desfeito
num adeus
e bom dia...
NOVO AMOR
enviei
flores
vi passos
observei
silhuetas
na janela
fantasias
imagens
bobagens
rejuvenesci
adolescente
me esqueci
pueril
infantil
renasci...
INCONFESSOS APELOS
estas flores
singelas
ensejam
intenções
orgias
despudor
te anseiam
desnudam
teu corpo
cobiçam
teus seios
teu cheiro
ramalhete
em falsete
te devora
extenua
freme
desejos
colocas
no vaso
água fria...
AO SOM DA VALSA...
olhares
trocados
displicentes
sorrisos
achados
coniventes
entes
envolvidos
conscientes
no embalo
da valsa
no salão
mãos
entrelaços
comunhão
volteios
passos
enamorados
vidas
encontros
marcados...
sábado, 25 de outubro de 2008
DOCE NASCER...
dedilhadas
notas
leves
sopros
doces
emoções
enlevos
sossego
inspiração
sons
acordes
violão
brota
nasce
uma canção...
CLARAS MANHÃS
antegozo
aconchego
nas manhãs
tépidas
calmas
almas
mansidão
paz
comunhão
momentos
em tons
festivos
sorrisos...
TARDE PRIMAVERIL
nuvens
cheias
passageiras
chuviscos
ariscos
frescores
tarde
e céu
azuis
teus olhos
cintilantes
borboletas
excitante
primavera
cores e flores...
TEUS PASSOS...
na calçada
passeias
observo
espreito
te acho
aguardo
passos
teus
venero
ignoras
a mim
te espero...
JANELAS
janelas
reservas
contidas
vistas
vidas
íntimas
cerradas
imaginadas
alheias alegrias
quadro vivo
emoldurado
seus cachos
de fora
enamorado
um esquecido...
A ESPERA
porta aberta
entrada
fragrâncias
presença
esperada
ansiada
o riso
a luz
e voz
o vazio
cheio
flores
morte
adiada
a vida
recomeçada...
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
NOVOS SONHOS
abracei
ilusões
quimeras
planei
vôos altos
cadafalsos
anseios
tormentos
desalentos
novas rotas
apostas
caminhadas
alentos
sonhos
recomeço...
FIOS D´ÁGUA
nascente
nas iris
olhos d´alma
revela
emoções
boas e más
serena
suaviza
sorrisos
tristezas
mágoas
suspiros
fios d´àgua
filetes
lágrimas...
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
UNÍSSONAS VOZES
telas
vivas cores
expressões
pianos
acordes
harmonias
atabaques
embalos
ritmos
flauta
doces
notas
versos
estrofes
vivências
corais
louvores
Criação
RECOMEÇAR
escoam
lágrimas
enxurradas
coração sente
vedados olhos
anunciada dor
flores
magias
emoções
migalhas
lamentos
memórias
bagagem leve
resumida
história breve
feridas
cicatrizes
novos passos...
DOCES DÁDIVAS
dádivas
mangas
rosadas
parreiras
cheias
uvas azuis
verdes aparências
íntimos vermelhos
melâncias geladas
galhos secos
enfeitados
jabuticabas
pés arcados
carregados
tangerinas
imensas
aromas
as jacas
descascadas
apreciadas
as bananas
ouriçado
espinhudo
abacaxi
maçãs
verdes
vermelhas
goiabas
suculentas
goiabadas
presentes
beijos
doce vida...
.
MUSA
te aguardo
na manhã
no silêncio
a tarde
devaneios
lassidão
a noite
alaridos
e ruídos
te espero
presente
distante
abstrata
imaterial
reflexão
RIMAS TRISTES
repugno
dor
com amor
o canto
em coro
com o pranto
e nos caminhos
pelo amor
cultivo espinhos
colho a dor...
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
O QUADRO NA PAREDE
navegando
pincéis
maestria
emoções
captadas
pintadas
nublado
céu
canoas
redes
praias
pescadores
manhãs
ou tardes
visitadas
poesia
retratada
guaches
quadro
na sala
viagens...
terça-feira, 21 de outubro de 2008
EM QUADRINHOS...
estórias
gibis
heróis
fadas
bruxas
feitiços
lendas
causos
mitos
entes
figuras
desenhos
infâncias
memórias
saudades...
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
AMOR DE ESTAÇÃO *
olhares
insinuados
atraentes
dominando
invadindo
prostrando
vencendo
usurpando
resistências
paz
subvertida
subtraída
soberana
manietou
desprezou
voou longe
sonhos
ave de verão
pobre rapaz...
NA PRAÇA
arco-íris aberto
chuviscos de verão
tardes de meio sol
frestas radiantes
penetrantes
nuvens algodão
passos lentos
displicentes
passeio alheio
o doce
um picolé
vento brando
belezas em desfiles
crianças em arruaças
velhos unidos na praça
gostosamente
sabor e deleite
o meu sorvete...
FRAGMENTOS
retas
curvas
trajetórias
esquinas
bares
becos
momentos
silêncios
lembranças
soltas frases
memórias
esparsas
remendos
trechos
enredos
passado
presente
ausente
distâncias...
LINGUAGEM DA ALMA
nos olhos
apelos
receios
olhares
cismares
motivos
brilhantes
lacrimosos
emotivos
emoções
anuências
desmentidos
reflexos
íntimos
sentidos
A GRALHA AZUL
como me entretinha com ela
chegava da escola às pressas
e me fascinava vê-la
as nuances de sua cor azulada
o prazer com que bicava o ovo
aquilo me encantava
menino olhos brilhando
embevecido me detinha
com a graciosa avezinha
ao mudá-la de gaiola
escapuliu se libertou
por horas ficou por ali
impotente a observava
balançando em um galho
talvez se despedindo
até que não mais a vi
voava com sua beleza
livre liberta eu a perdi
domingo, 19 de outubro de 2008
IMAGEM IMAGINADA
lembranças
recordações
ilusões
onírica figura
sereia formosa
fada cintilante
retratei em cores
vivas e intensas
raios sol e luar
deixei-me levitar
tantas fantasias
visão idealizada
irreal esvanecida
dela
nada mais tinha...
DÚVIDAS
você trouxe
luz e beleza
castelos
ilusões
delírios
encantos
fêz me ver
cores
risos e flores
você partiu
deixou-me
saudades
desilusões
pesadelos
desencantos
antes talvez
você
não tivesse vindo...
sábado, 18 de outubro de 2008
SANGRANDO
fel
no mel
dor
no amor
flores
espinhos
arranhões
azedumes
no perfume
queixumes
asperezas
nos sonhos
pesadelos
o lindo
nódoas
estigmas
cicatrizes
feridas
mágoas
palavras
mal ditas
contraditas
prelúdio
interlúdio
o fim ...
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
ARAGENS...
aroma de flores
notas no piano
acordes violino
sorriso franco
olhar matreiro
cenário onírico
um mar azul
barcos distantes
aragens frescas
molenga rede
livro atraente
desencucado
caozinho ao lado
dengoso
mulher para amar
mundo imóvel
sem idades
o desfrute da vida...
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
AO LÉU
barquinhos de papel
caravelas indômitas
armada imponente
ataques iminentes
defesas estrategias
infantil mente urdia
de varetas a pipa
rabiola de crepom
sinuosas artes no ar
o triângulo de bolinhas
paulistinhas ou outras
disputas brigas no gude
calções de elásticos
dorsos nus
vida vivida...
MOMENTOS
haustos
suspiros
lassidão
deleites
remanso
aragens
sorrir
lenir
anuir
meia tarde
linda lida
breve vida
FIGURAS MUDAS
imagens
imóveis
instantes
folheios
álbuns
retratos
paisagens
emoções
distâncias
resquícios
vestígios
lembranças...
AMORFA LEMBRANÇA
ao longe
distante
imagem
diáfana
imprecisa
imaterial
contornos
indecisos
rabiscos
folha ao léu
resquícios
suplícios
saudades...
IDEALIZAÇÕES
deusa
musa
rainha
fada madrinha
colombina
de um pierrot
tanto fiz
idealizei
me perdi
como de fato
era
já esqueci...
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
FORROBODÓ NA SOCIETY
alaridos confusos
surtidos ao léu
pânicos difusos
zorras arruaças
farras beleléus
exalam cachaças
donzelas recatadas
damas de chapéus
em pelo anunciadas
desmaios vertigens
pálidos rotos véus
flagradas as virgens
atônitas surpreendidas
clamam aos céus
em afoitas escapulidas
gravatas extraviadas
cuecas no mundaréu
etiquetas às favas
personagens distintas
debandadas fogaréus
em fugas indistintas
gargalhadas gerais
bordel em escarcéus
escândalo nos jornais
RETICÊNCIAS...
os olhos dele
nos dela
apelos mudos
sorrisos dela
nos dele
murmúrios
abraço dele
nela
indiferença
acenos deles
vagos
um adeus...
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
CAMINHADAS
trilhas
atalhos
desvios
sinuosos
caminhos
picadas
ladeiras
subidas
rampas
paisagens
belas e sombrias
encantos ilusões
curvas
oblíquas
ou claras
opções
rumos
estradas...
MINÚCIAS
perfeito
irretocável
impecável
senões
nódoas
reticências
detalhes
avultando
destaques
pormenores
enaltecidos
dominando
o encanto
dissolvido
esfarelou
do canto
fêz-se
o pranto
do muito
aos poucos
se acabou...
IDENTIDADE
me descubro
aos poucos
me divirto
ora sofro
padeço
no esforço
de me entender
e me deixo
solto à deriva
vaga nau
insensata
por vezes
séria e sóbria
vestimenta
me reveste
sobretudo disfarce
pândega figura
eis me identifico
palhaço disfarçado
sob a lona rasgada
neste palco vazio...
aos poucos
me divirto
ora sofro
padeço
no esforço
de me entender
e me deixo
solto à deriva
vaga nau
insensata
por vezes
séria e sóbria
vestimenta
me reveste
sobretudo disfarce
pândega figura
eis me identifico
palhaço disfarçado
sob a lona rasgada
neste palco vazio...
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
ENCONTRO
a noite branda
tépida e mansa
mormaço do dia
canção insinuada
silêncioso prazer
divagações
solidão desejada
mente aliviada
lassidão
instrumento de cordas
sons e acordes fictícios
relaxante quietude
ausência de pressa
relógios e agendas
torpor suave
eu comigo
encontro raro
e sem testemunhas...
PONTO FINAL
bebeu ansiando alívio
sorriu desatento riso
pendeu a cabeça
buscando a si mesmo
o tempo inclemente
a cobrar das gentes
coloca a nu as desventuras
a pó expõe o que não dura
monturo pena de si mesmo
encosto de desgostos e iras
bravatas de bêbedo
escárnios de alheios
equilibrou-se falsos passos
devolveu parcos risos rasos
e adentrou a passarela
e foi lançado no espaço...
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
SIMBIOSE
sorrisos pérolas
ébanos cabelos
corpo mingnon
encantos
escravo
cativo
menos eu
atado
fascinado
dividido
rotinas
entrelaçadas
meu "eu"
imerso
sufocado
passos dela
meus dias
confundidos
libertar-me
aleijando-me
amputando-a
vencer a mim
resistências
sangrar-me
recompor-me
encontrar-me
seguir caminho
sozinho...
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
DESENLACE
taças
fel
ironias
casais
conflitos
desamor
razões
todas
nenhuma
suavizam
dores
despedidas
amados
passado
esquecido
presente
pesadelo
realidade
vasos
secos
desfloridos
desertas
camas
insones
fim
enredo
sonhos...
OÁSIS NO CAOS
as paredes me divisam
do exterior
algaravia sons ruídos
do mundo além
janelas e portas
me abrigam
sirenes e balbúrdias
frenéticas corridas
estressa louca lida
nesta trincheira
de concreto
os versos aliviam...
NATUREZA MORTA
portas janelas
tramelas
espaços nus
ausências
de coisas
pessoas
paredes sinais
relíquias teias
nódoas cinzas
gritos mudos
silêncios ecos
lembranças
saída no quintal
ervas daninhas
deserta imagem
visão estanque
vidas ausentes
casa vazia...
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
FOGO MORTO
perderam-se
indiferentes
na indiferença
sorvedouro
de rotinas
náufragos
fragmentos
estilhaços
farelos
já não eram
o que foram
entes alheios
hora evitada
adiada
da despedida...
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
INSPIRAÇÃO...
rascunhos
rabiscos
esboços
ausências
inapetência
sentimentos
vida
intensa
vazia às vezes
portas
janelas
abertas
sussurros
murmúrios
bem vindos
gemidos
contritos
ou efusivos
certeza
apenas
da espera...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
ÁGUAS *...
nascida na fonte
caída do monte
cascatas e rios
da chuva bendita
sacia a sede
nutre a vida
umedece as plantas
fecunda a terra
brota-se em flores
rasas nos olhos
emoções contidas
lágrimas vertidas
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