quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

APESAR DE TUDO...

Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante]
27.12.07 @ 16:43

Com todos os pesares existentes na política ( o desgastante caso Renan Calheiros e a não prorrogação da CPMF, como birra da oposição), o Brasil se insere em um quadro alentador...

Consta, juntamente com a Rússia, Índia e China, das promessas da economia mundial, frente a um eventual colapso no império dos EUA...

Alguns dados são interessantes e alvissareiros:o Brasil detém 8,5 milhões de quilometros quadrados de extensão,uma população de 190 milhões de habitantes, PIB de 1,3 bilhões, pagou sua dívida externa e apresenta sólidos dados na macro-economia, temos uma indústria diversificada, democracia consolidada, sistema financeiro sólido....

Em contrapartida temos uma dívida social que reclama ( e clama !) por soluções inadiáveis, com aberrantes discrepâncias, falências em setores emergenciais como saneamento básico, distribuição da renda, sáude pública precária, questões fundiárias emblemáticas, educação sofrível, etc...

Se o governo fizer uma opção conservadora o bolo continuará crescendo de forma distorcida e desigual, como sempre foi.

Ocorre que para não perdermos o bonde da história urgem investimentos sociais impostergáveis, afinal um povo desnutrido e alfabetizados funcionais não acompanham o ritmo imposto pelas exigências do mercado que reclama competência e agilidade...

Apesar da grita pelas políticas tidas como "assistencialistas",vide o bolsa família,trouxeram comida em lares onde o alimento não era garantido e tampouco os filhos dos brasileiros carentes não almejavam frequentar escolas, pois eram braços necessários ao ganho familiar, e não poderiam aspirar a uma vida menos sofrida e indigna...

A ótica dos viventes em um País com a extensão continental como o nosso, onde se abrigam diversas realidades, diversos "brasis", é comum os clamores contra o que ainda parece inacreditável: a fome existe em nosso solo, sim, e não é pontual !!!

E tem mais, ou há investimentos pesados em políticas públicas ou não sairemos do atraso...

Que o governo continue a manter e a ampliar a política social tão necessária, e, a bem da verdade, iniciada com a estabilização da moeda em uma realização que nos permite hoje sonharmos com dias melhores...

Feliz 2008 !!!!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

DERROTA DA CPMF, VITÓRIA DE PIRRO

A oposição obteve o fim da prorrogação da CPMF, tirando aproximados 40 bilhões do próximo orçamento...

Os arautos defensores da sociedade contribuinte só não conseguem informar de onde virá os recursos para suprir as carências das áreas assistidas pelas verbas, notadamente a saúde pública.

Sem revanchismos, convém mapear os ilustres parlamentares votantes do fim do imposto, curiosamente encontram-se entre representantes dos Estados mais carentes da federação, aqueles que recebiam mais recursos oriundos daquela arrecadação....

Os que mais assumiram a tribuna em defesa do fim do imposto, foram José Agripínio (RN), Arthur Vírgilio (AM), Jarbas Vasconcelos (PE), Tasso Jeressaiti (CE), entre outros...

Será que a população local, aquela que os mantém como seus representantes eleitos, têm claro o tamanho do rombo provocado ?

Derrotaram o governo sim, mas, e principalmente, o Brasil e o imenso contingente da população assistida pela saúde pública, o bolsa família e as aposentadorias do setor rural...

Não se trata de chorar o leite derramado, aquele que uma vez transbordado não volta mais para a vasilha, mas a de aprender com as amargas lições, de que a política de melindres e de caprichos não pode fazer tantos estragos a uma Nação inteira, como irresponsavelmente assistimos...

Há quem palpite, com um certo acerto, de que nem mesmo eles, os oposicionistas irredutíveis, acreditavam na derrubada do imposto , mas que mantiveram suas posições por questão meramente política, sinalizando à sociedade sua postura...

Pelo sim, pelo não, a vitória tem um gosto amargo, como a de Pirro, onde os ônus para se obtê-la foi superior ao objetivo alcançado...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

RESÍDUOS DE 2007...

Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante]
19.12.07 @ 11:20

No plano político o governo encerra o ano com a cara de ressaca, com aquele habitual gosto de cabo de guarda-chuva ( não sei de onde tiraram isso, mas é comum dizê-lo em tais situações), o que prova que ninguém - mas ninguém mesmo - tem que ter um SACO maior do que um presidente...

Assim, a fala de Lula a Evo Morales, sintetiza tudo: paciência, paciência e paciência...

A dura novela pela prorrogação da CPMF, entravada com o caso do senador-presidente Renan Calheiros, com idas e vindas...

Tem que se acostumar a passar a mão em aliados gananciosos e na oposição melindrada e caprichosa, sorrir para todos e sinalizar que tudo vai bem... a apagar incêndios e desdizer ministros não habituados à hipocrísia necessária, cujas opiniões tem o poder de desmontar os mercados...

E vem se desenhando um outro cataclismo sinalizado pela greve de fome de um padre que se opõe às obras de transposição do Rio São Francisco; a chantagem de um homem só, mas que representa um entrave psicológico e moral, além do político, seja por ser religioso ou por ser cidadão, o fato é que criou-se um impasse...

E o pior é que a sociedade não detém informações sobre as necessidades da tal obra, não me arrisco a opinar pela sua premência, isso, creio, seja tarefa da comunicação do governo com a população...
Sua relevância deve ser discutida com a sociedade, principalmente com as comunidades-estados afetados com seus resultados.

Lula pode até ter realizado seu sonho de ser presidente, mas as marcas do tempo não o perdoaram, parece ter envelhecido muito nestes últimos 5 anos, não foi diferente com os antecessores, ônus do ofício...

O que é de gosto, regalo da vida, dizem os mais velhos...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

S.O.S BRASIL

Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante]
18.12.07 @ 12:01

Cada vez mais me apavora o comportamento de nossos parlamentares, não pensem que a oposição não tenha que fazer o seu papel, longe disso...

O que me intriga é que há questões que extrapolam o jogo político partidário, tendo por pano de fundo os interesses de um partido maior: O BRASIL ( que aliás, não seria partido, é o todo), governos tem passagens no poder, hoje é um amanhã outro, assim como as legendas que os acompanham, mas o País, este sim, necessita de um pouco de compreensão da classe política...

A leitura de FHC em seu livro a ARTE DA POLÍTICA, principalmente nos relatos, quase que um diário de um presidente, nós dá a dimensão da problemática de compatibilizar uma Nação, recém saída de uma explosão inflacionária para uma economia mais equilibrada, mas ainda necessitada de cuidados, como um paciente em convalescença...

Não estamos discutindo sobre PT/PSDB, mas sobre milhões de brasileiros viventes em nosso solo e dependentes das decisões de Brasília, cujos resultados interferem na vida cotidiana de cada um de nós... Política não é futebol, que não importa o resultado, tira-se a diferença na próxima partida...

Recentemente assistimos à derrota da CPMF como se o vencido fosse o governo de plantão e não se discutiu com real interesse a quem atende os benefícios do mencionado imposto. Como cidadão brasileiro, pequeno empresário, também pago em conta bancária o peso da contribuição compulsória, mas...

O palco em que se desenrolou a novela da prorrogação da CPMF não foi o do entendimento, até mesmo pela sua definitiva extinção, mas o do jogo de cena, onde representantes de Estados pobres deste País foram os que mais se destacaram na tribuna : Arthur Vírgilio ( AM), Agripinío Maia (RN), Jarbas Vasconcelos ( PE), entre outros afoitos em defender a extinção do apregoado imposto do qual seus eleitores são tão dependentes !

Futricas à parte ( se é que é possível em ambiente de avantajados egos) o que ganham em colocar pedras no caminho, tornando difícil a vida de quem cabe direcionar o País para a frente ?
Eu sei, o espólio político - dificultar para atravancar, impedir e retornar ao Poder, quanto ao Brasil, este ( seu povo) pode esperar em berço esplêndido...

Assistimos, apalermados, o fim da CPMF, esquecendo-se de sua origem e de sua necessidade, como se fosse matéria de pequenos efeitos e consequências, como se pudéssemos nos dar ao luxo de dispensar sua arrecadação em um sistema caótico da saúde pública, e não estivéssemos cingidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que benefícios criados devem ter a sua fonte de recursos...

Pobre de nós, brasileiros !!!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

AMARGAS LIÇÕES...

Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante]
17.12.07 @ 21:34

Do fim de festa, onde o senado, depois de despudoradamente encobrir os erros do Renan, acabaram por impor uma derrota ao povo com o fim do tal imposto que passou a ser a razão maior daquela casa, encobrindo, na verdade, valores outros do que a defesa do alívio da alta carga tributária...

Seguiram-se discursos de senadores que pareciam representar um País com total justiça na distribuição da renda, parlamentares que se arvoraram em arautos dos interesses da sociedade ( qual, a nossa ?)...

Será que o RN do Agripino Maia, o Amazonas do Arthur Vírgilio, o CE do Tasso Jereissati, o PE do Jarbas Vasconcelos, podem prescindir da fatia que recebem na partilha representada pela arrecadação da CPMF ?

Aécio Neves fez o apelo de que Minas Gerais não poderia perder a receita de 3 bilhões do bolo na distribuição, mas...

Leio nas páginas de a ARTE DA POLÍTICA, do Ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, obra que me surpreende pela clareza na exposição em que o mesmo coloca as dificuldades de se administrar um orçamento dentro de uma sociedade tão díspare como a nossa, onde a CPMF, engendrada pelo ex-mininstro Adib Jatene ( governo Itamar Franco) foi bem vinda e necessária...

O que motivou, então, o banimento da mesma, será que já estamos suficientemente independentes de estremecimentos em nossa economia para deixarmos tal receita que atende setores prioritários como a saúde e o pagamento de aposentadorias do setor rural ?

Acreditam que os preços, supostamente imbutidos dos 0,38 % sofrerão decréscimo nas gôndolas de supermercados e em outros setores do varejo, que é aonde a população mais sente as agruras ?

O que motivou setores da oposição foi o revanchismo simples e puro, foi a moeda de troca pela inexpressiva presença como oposição no senado federal, foi antes um capricho do que uma postura inteligente e digna de aplausos...

Acabamos engulindo um sapo maior do que a cobrança nos contra-cheques, alguém duvida de que será necessária remanejar o orçamento, com cortes inevitáveis em receitas, para justificar o fim dos 40 bilhões ?

Não tarda teremos a aprovação de um substituto para o tal imposto, cientes todos, que, infelizmente, torna-se necessário até que possamos, efetivamente, enfrentarmos uma reforma sincera na questão tributária do País...

O governo merece críticas, as defesas feitas na tv senado ( pelo menos as que tive a oportunidade de assistir) foram até piegas, mas as da oposição mostraram uma faceta cruel e total insensibilidade com o tema tão importante para milhões de brasileiros...

Se correr o bicho pega ! ( a FIESP e outras corporações patronais agradecem a inestimável contribuição do PSDB, DEM e dos tais independentes...)