nas mãos areia finaem ouro presumidavazando lenta,no vento, purpurinamortos vivosensandecidosincréduloscativos sofridos
insanas ambições malogradas irasdiáfanas possesobsessivas ilusõesdores e disputasnuas de sentidosimagens irreais
razões de conflitosasas feridasreceios de voarflanar na distânciaquimeras sofridas...
se em cada manhãnos trouxessearroubos de energiaspara virarmos a páginados conceitos envelhecidosnos passados tempose nela, renovada, extuante,também viesse toda a luza clarear novos passosdiria, com toda certeza,que a vida se reiniciaem cada nascer do dia...
gritavam com os ímpetosde uma guerrae espoucavam fogosna balbúrdia em festaarrostando os adversáriosabriam portas e janelasafoitos, felizes, tresloucadosa plenos pulmões extasiadosaliviados, válvulas de escape,para interiores sofridosamenizados em gritos...
em cada qualhabitam outros eusimperceptíveis aos demaisandamos como hospedeirosno íntimo vários íntimosnos faz vivos, não programadostalvez mais sensíveisponderados nas impaciênciasresolutos nas indecisõessão nossos outros entesocultos na vestimenta partes de um todo únicoem alguns se revela,alheios a faixas etárias,na juvenil alegria na senetudenoutros na parcimôniados atos e na sabedoriamesmo sem títulos acadêmicostalvez sejamos embalagens,em múltiplos conteúdos, sejamos muitos...
nessas de ser aceitodispenso mesurassou carranca duranem a mim satisfaçoque dirá cobrarpálidos aplausosse me leem, agradeço,hipocrisia afirmarque escrevo para mimsou vaidade e toliceestrofes em bizarricesum solitário a bramir...
volto à arenasem armasapenas o tecladoum turbilhão de idéiasconfusas, indisciplinadassedentas de terem sentidorecônditos momentosdesnudo de autocríticasbuliçoso, atrevidovagueiam os sons inaudíveisfrases soltas no ar desertoquedo neste silêncio tormentosoalinhavo frasesem cada espaçoplasmo o ente insistenteem existirem fragmentos...
de um dia cálido, reluzente,onde o rei sol reinava absoluto,das ondas frias em mares revoltostrouxeram, aos poucos, a brisa,a água miúda, por fim a chuva intensae o que era claro, esplendoroso,quedou-se vencido pelo cinza escurode nuvens carregadas, como tetas cheias,precoce noite em plena manhã, chorando,despejando nas ruas suas lágrimas...
imersos em um mundoiludidos nos momentoscaminhamos desatentostudo pode ser produtode uma ilusória vivênciaauxílio para se viver o realtodos os sincronismosvariações coloridascintilações em brilhosreverberam luzes no opacoalegorias na realidadesonhos nas insípidas rotinasvivemos nas ilusõessem elas feneceremos antesnos iludamos pois...
neste espaçosou pássaroviajoalém da conjunturados fatosdas torturasneste refúgioiludo-mecom a liberdadee, por instantes,almejo voossou libertonesta trincheira,creio,que me acho...
a imagem de alguémtraz-nos recordaçõesboas, más e nem tanto
quadros cristalizadosmomentos relembradoscoisas já vividastrazidas em instantesonde protagonizamospartes da longa vivênciamas já se esvanececoisa acontecidapágina virada, lembranças...
não me entendas assim,insensível, incrédulo,machucado pela vidatenho sim cicatrizes,tatuagens compulsórias,vergastadas no tempomas ainda creiona ilusão doce do amore na muda sintonia dos olharese me incendeio como qualquer mortalnos deleites da sensualidademas meu cantoquase um prantome pede muito mais...