MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
LUZES & TREVAS
penitente arrependido
reincidente convicto
rosário nos dedos contritos
ajoelhado frente à imagem
confessa entre dentes
atos infortunados voragem
geme em sussurros
alguns soluços engasgos
à conta de sofrimentos
confissão em lamentos
no centro imaginário
de um julgador plenário
tantas sortilezas
narra proezas
feitos malditos
chora convulsionado
crimes malsinados
que tivera praticado
razão de seus conflitos
urdidos e suplicados
perdões à virgem santa
no julgar de seus pecados
infortúnios malbaratados
macabros penitenciados
o infeliz esconjura
persignado estrebucha
a sanha vocifera abomina
inerte impassível a figura
idolatrada parecendo
cobradora dos desatinos
acontecidos malefícios
clama clemências
ardências de sua fé
martírios penitências
pesando sobre os ombros
do facínora seus assombros
frente a uma estátua
genuflexo humilde
menino em desculpas
imponente autoritário
às vítimas sanguinário
intolerante às súplicas
impiedoso cruel
orgulhoso assassino
escárnios e desvarios
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3 comentários:
publicado no Recanto das letras, 11/01/09
Muito bom, gostei mesmo, parabens Severino
Enviado por rodrigopmartins em 11/01/2009 14:28
para o texto: LUZES & TREVAS (T1379269)
parabéns, belo poema!!!
Enviado por Severino Filho em 11/01/2009 14:13
para o texto: LUZES & TREVAS (T1379269)
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