sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

HOMEM-SAPO



julguei ter visto um bicho
um sapo propriamente
mas era humano diferente

amigo de raros encontros
algo que acontece inopinado
sujeito arretado e boa prosa

feito matuto enfurnado
de cócoras acomodado
à espera do coletivo

reconhecido no seu canto
pôs de pé em um instante
ri-me daquela postura

recordou-me gente das antigas
que se mantinham em descanso
sobre as pernas recolhidos

hábito de muito esquecido
razão de meus sorrisos
memórias que ele traz

ambos interioranos
costume mantido
cultura preservada

passando a limpo
causos e piadas
muitas brejas geladas...


Um comentário:

Blog do Ediloy disse...

publicado no Recanto das Letras, 02/01/09