MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
domingo, 1 de fevereiro de 2009
VISÃO DE BELEZAS
do parapeito da janela
cultivadas lindas rosas
vermelhas brancas amarelas
com tal desvelo o fazia
que parecia no dia a dia
as flores rejuvenesciam
tanto apreço e carinho
no cultivo aprumado
nas podas dos espinhos
na sua rotina persistente
a observava ao longe
também de outra janela
a beleza do pequeno jardim
suspenso enfeite no ar
arranjo de várias cores
atrativo de pássaros
colibris pardais
visitavam a florista
suas mãos delicadas
preciosas de artista
encantava os olhares
de seu olhar contudo
pouco ou nada via
soube depois por outros
era uma jovem cega
entretida em sua lida
mimando sua roseira
como uma forma
toda sua
de saudar um novo dia...
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5 comentários:
PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, 01/02/09
Caro poeta vc tocou num tema muito empolgante porque é sabido que cego é aquele que não quer ver. Todavia, podemos dizer também que podemos enxergar através do coração daqueles que têm nas mãos o sentido e o dom de criar suas próprias imagem através da escuridão.
Parabéns pelos belos e reflexivos versos. J.A.Botacini Zezinho
Novo comentário de Elisa Maria Gasparini Torres ( http://sitedepoesias.com.br/poetas/elisa ) na poesia "VISÃO DE BELEZAS":
-- Qta sensibilidade em sua poesia! Um poeta que sabe identificar e valorizar a arte e compreender e estimar o artista! Parabéns!
Comentário de afonso josé santana em 7 novembro 2010 às 10:33
Este teu poema fez-me lembrar "Luzes da Cidade" filme com Charles Chaplin, de 1931. Aliás o olhar dele quando a reconhece (e quando ela o vê pela primeira vez) - quase no final do filme - ficou muito marcado. A Câmera fica estática no olhar dele por alguns segundos. É cult. Abraços.
(Mural dos Escritores)
Comentário de Ana da Cruz em 7 novembro 2010 às 3:05:
do parapeito da janela
cultivadas lindas rosas
vermelhas brancas amarelas
Multi cor e forma,
a natureza que nos encanta. ..
(Mural dos Escritores)
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