domingo, 1 de fevereiro de 2009

VISÃO DE BELEZAS


do parapeito da janela
cultivadas lindas rosas
vermelhas brancas amarelas

com tal desvelo o fazia
que parecia no dia a dia
as flores rejuvenesciam

tanto apreço e carinho
no cultivo aprumado
nas podas dos espinhos

na sua rotina persistente
a observava ao longe
também de outra janela

a beleza do pequeno jardim
suspenso enfeite no ar
arranjo de várias cores

atrativo de pássaros
colibris pardais
visitavam a florista

suas mãos delicadas
preciosas de artista
encantava os olhares

de seu olhar contudo
pouco ou nada via
soube depois por outros

era uma jovem cega
entretida em sua lida
mimando sua roseira

como uma forma
toda sua
de saudar um novo dia...


5 comentários:

Blog do Ediloy disse...

PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, 01/02/09

Anônimo disse...

Caro poeta vc tocou num tema muito empolgante porque é sabido que cego é aquele que não quer ver. Todavia, podemos dizer também que podemos enxergar através do coração daqueles que têm nas mãos o sentido e o dom de criar suas próprias imagem através da escuridão.

Parabéns pelos belos e reflexivos versos. J.A.Botacini Zezinho

Anônimo disse...

Novo comentário de Elisa Maria Gasparini Torres ( http://sitedepoesias.com.br/poetas/elisa ) na poesia "VISÃO DE BELEZAS":

-- Qta sensibilidade em sua poesia! Um poeta que sabe identificar e valorizar a arte e compreender e estimar o artista! Parabéns!

Anônimo disse...

Comentário de afonso josé santana em 7 novembro 2010 às 10:33

Este teu poema fez-me lembrar "Luzes da Cidade" filme com Charles Chaplin, de 1931. Aliás o olhar dele quando a reconhece (e quando ela o vê pela primeira vez) - quase no final do filme - ficou muito marcado. A Câmera fica estática no olhar dele por alguns segundos. É cult. Abraços.

(Mural dos Escritores)

Anônimo disse...

Comentário de Ana da Cruz em 7 novembro 2010 às 3:05:

do parapeito da janela
cultivadas lindas rosas
vermelhas brancas amarelas

Multi cor e forma,
a natureza que nos encanta. ..

(Mural dos Escritores)