quinta-feira, 18 de outubro de 2007

DOSANDO A PÍLULA...

Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante]
18.10.07 @ 10:13

Já se disse que no Brasil, além de qualidades ditas que de médico, poeta e louco todos temos um pouco, acrescento também a de técnico de futebol ( mania nacional) e de palpiteiro em economia ( talvez pelos sucessivos planos econômicos em passado recente)...

Não tenho elementos técnicos para abalizar o comportamento da reunião do copom que decidiu pela interrupção da queda na taxa da SELIC, mas o BC conta com uma certa reserva moral, principalmente depois que demonstrou acertos na recente prova em que mercados foram afetados pelos tremores na economia americana e no Brasil os efeitos foram superficiais...

Falar mal do BC, cunhá-lo de conservador, elegê-lo como o Judas em sábado de aleluia, pedir a intervenção do Presidente da República, etc, etc... são matérias que entulharam os meios de comunicação, assunto de primeira linha em qualquer debate político, principalmente para criticar a política econômica do Governo.

O ano de 2003, apertadíssimo, foi o auge da escalada dos juros praticados, chegando-se ao absurdo de termos a estratosfera de 26,5% , culminando com os juros mais altos praticados dentre as economias mundiais relevantes...

Em 2004, o resultado de tanta precaução dava sinais de acertos, registrava-se um crescimento no PIB , ainda anêmico, mas superiores aos demais períodos, que foram pífios ou de retração...

Em 2005, o palco foram os sucessivos escândalos na esfera política e os atores foram o parlamento e suas cpis, que de certa forma gerou uma instabilidade com receios, inclusive, de perturbações constitucionais ( como se cogitava a própria deposição do Presidente Lula)...

Economia e política são almas gêmeas, onde uma afeta a outra, para o bem ou para o mal...

Em 2007, a taxa SELIC encontra-se no patamar de 11,25%, inflação sob controle e indicadores apontando para um crescimento do PIB na ordem de 5%, reservas cambiais próximas ou ultrapassando o valor da dívida externa ( se não estou equivocado...)

Ocorre que 11,25% de juros anuais para pagamento de juros de dívidas ainda é um fardo pesadíssimo para o País...

No ralo escorre o sangue de uma Nação que necessita urgentemente de investimentos nas àrea de infra-estrutura e na sua histórica dívida social, de abissais desigualdades...

Já foi pior mas tem muito que melhorar...

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