sábado, 17 de novembro de 2007

DIVAGANDO...

Nesta manhã chuvosa e fria, em que a paulicéia, espremida entre um feriado na quinta (de 15 de novembro), com uma sexta útil fazendo ponte ao fim de semana, que desembocará em uma segunda-feira brava e outro feriado na terça, pela consciência negra...

Não raro, ensimesmado, passo a entender cada vez menos dos procedimentos humanos, afinal há tanta irracionalidade e descrença, que a vida, esta que brota incessante, parece um acaso na existência...

Estamos na estação florida da primavera, mas o que temos ? Além das chuvas típicas um frio incômodo e desproposital...

Ainda ontem, no globo repórter, filmado nas geleiras da groenlândia, mostrava um retrospecto daquela paisagem hostil, quase 13 anos passados, comparando-a com o ano atual, 2007.
Espantoso verificarmos as alterações climáticas, o degelo pronunciado, a escassez da fauna obrigando populações de esquimós a mudarem hábitos seculares de sobrevivência, aderindo-se aos costumes do mundo moderno... Nada das casinhas de gelo, os igloos, mas ambientes climatizados, servido dos aconchegos da televisão, dvds, computadores. Os esquimós jovens preparando-se para estudar na Dinamarca...

A Indonésia deverá sediar o encontro dos líderes mundiais, em pauta a discussão ambiental, o futuro de um planeta saturado de CO2 , de novo a quebra de braços, descasos dos maiores emissores dos gases tóxicos, EUA e China...

Ocorre-me a transitoriedade das coisas, a fugacidade das existências, e aí não me enquadro com tanta disputa e tanta cobiça.

Por mais recursos que possamos amealhar individualmente, ou ainda coletivamente, o fato é que necessitamos de muito pouco para uma sobrevivência digna. Afinal, não dispomos de espaço no estômago para a ingestão de mais que 3 refeições diárias, por mais glutão que sejamos. Tampouco não possuímos mais de um corpo físico para vesti-lo, nem conseguimos habitar mais que um local como moradia, nos locomovermos em mais de um veículo de cada vez, etc., etc...

Mais ainda corremos atrás do "plus" do "extra", do que escraviza e martiriza corações e mentes...

Diariamente recebemos notícias de que a Natureza, aviltada, dá sinais de alerta, nos maremotos, terremotos, ciclones, furacões, enchentes, incêndios devastadores, e continuamos dando de ombros e tocando a bola para frente, como se tudo pudesse se acertar por si mesmo, vivendo no alheamento de nossa participação...

E, 'a guisa de organização, elegemos um relógio com seus ponteiros irredutíveis nos programando passos e nos ditando espaços de tempo na eterna aventura humana, na rotina de levantar, trabalhar, dormir e... tudo outra vez !
Há, ainda, a existência de calendários, agendas, nos indicando compromissos e marcando datas, horários e o inevitável transcurso da existência física, no cansaço dos anos, no envelhecimento da matéria, na brancura dos cabelos e mesmo na falta deles, perdidos nos caminhos...

Até que, inevitável como a marcação das horas, o fim da jornada, o silêncio...

O NADA para alguns, o Nirvana para outros, Céus e Infernos, ao sabor das crenças de cada um.

E o "extra" o "plus", que dinamiza o consumo e motiva o comércio contribuindo para a extinção de espécies animais, sacrificados para adornos nas vestimentas e nas decorações de salões de caça, na valorização fetichista de se conceber valores imaginários à pedras preciosas, conseguidas em garimpos de mãos escravizadas em sub-emprego, alimentando guerras fraticidas...

Nestes momentos, chego à conclusão da sabedoria da existência que a todos nivela na morte física, que, se assim não fosse, seríamos ainda mais insensíveis com a própria vida...

A morte, seus mistérios, razão da filosofia, mãe de todas as artes e crenças...

A morte valorizando a vida... como tudo é paradoxal !

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