Detentor de tantos títulos na categoria esportiva, ainda temos poucos trunfos na sétima arte...
Acabo de assistir " O ano em que meus pais saíram de férias", de Cao Hamburguer, consagrado como o melhor filme pelo Júri Popular na mostra internacional de cinema de São Paulo e também no Rio de Janeiro...
Ao assistir imaginei que o foco fosse a ditadura militar e os anos tenebrosos, mas isso é apenas o sutil pano de fundo, onde emerge uma lírica história tendo por protagonista um garoto de apenas 12 anos de idade, imaturo e ingênuo para entender a política e a fuga dos pais da repressão da época...
Aos poucos, o que transpassa são as situações vividas pelo infante diante a uma situação inusitada de quem é abandonado à porta do edifício de um avô ( Paulo Autran)que não aparece para buscá-lo, pois morrera no mesmo dia...
Diante à espera pelos pais,num indeterminado dia da copa do mundo de 1970, desenvolve-se a trama, onde o guri passa a viver dentro de valores e culturas diferentes à sua, no bairro de predominância judia ( Bom Retiro/São Paulo), transcorrendo o universo do enfoque...
Com o sabor das boas produções italianas dos anos 80/90, em que a questão íntima, familiar, é explorada, assim me parece essa obra brasileira...
Quando estivemos indicados ao Oscar com "Central do Brasil", gloriosamente indicado, e fomos atropelados pelo belíssimo filme " A vida é bela ", de Roberto Benigni, restava o consolo de perdermos para uma grande obra...
Agora, novamente, estamos na disputa e muito bem representados...
Nenhum comentário:
Postar um comentário