MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
terça-feira, 29 de julho de 2008
TARDES FUTEBOLÍSTICAS
tormentosas tardes de jogos
inundos banheiros imundos
gritarias e brados histéricos
importunado e espremido
espetáculo não apreciava
na massa arquibancadas
(eu queria o conforto das numeradas
mas ele insistia na emoção da galera )
fazia sol logo uma nuvem chovia
roupa molhada no corpo frio calor
levaram-me carteira e documentos
de cima um copo descartável
urina espalhada nas costas
pirraça anônima e covarde
o menino se entretinha em cada lance bradava
eu o acompanhava naquelas toscas aventuras
ônus talvez pela desejada paternidade varão
marionete levantava a cada comemoração
era parcial omitia elogios aos adversários
ali estava eu perdido na multidão
enaltecido abraçado com estranhos
gritando a plenos pulmões afônico
embalo na turma ele sorria sofria
e que alívio eu sentia com o apito final
redenção de sofrimentos fim expiação
se vitória risos ou muda solidariedade
todos saíam ao mesmo tempo
empurrões atropelos confusão
chamuscado o lanche na chapa
ele rouco feliz ou triste
eu aliviado
até a próxima jogada ...
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PUBLICADO JUNTO COM O ARTIGO: FUTEBOL: ODIAR NÃO É O TERMO, NO RECANTO DAS LETRAS, 01/09/08
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