terça-feira, 29 de julho de 2008

TARDES FUTEBOLÍSTICAS


tormentosas tardes de jogos
inundos banheiros imundos
gritarias e brados histéricos

importunado e espremido
espetáculo não apreciava
na massa arquibancadas

(eu queria o conforto das numeradas
mas ele insistia na emoção da galera
)

fazia sol logo uma nuvem chovia
roupa molhada no corpo frio calor
levaram-me carteira e documentos

de cima um copo descartável
urina espalhada nas costas
pirraça anônima e covarde

o menino se entretinha em cada lance bradava
eu o acompanhava naquelas toscas aventuras
ônus talvez pela desejada paternidade varão


marionete levantava a cada comemoração

era parcial omitia elogios aos adversários
ali estava eu perdido na multidão

enaltecido abraçado com estranhos
gritando a plenos pulmões afônico
embalo na turma ele sorria sofria

e que alívio eu sentia com o apito final
redenção de sofrimentos fim expiação
se vitória risos ou muda solidariedade

todos saíam ao mesmo tempo
empurrões atropelos confusão
chamuscado o lanche na chapa

ele rouco feliz ou triste
eu aliviado
até a próxima jogada ...











Um comentário:

Blog do Ediloy disse...

PUBLICADO JUNTO COM O ARTIGO: FUTEBOL: ODIAR NÃO É O TERMO, NO RECANTO DAS LETRAS, 01/09/08