terça-feira, 8 de julho de 2008

O PRIMEIRO AMOR


Não me lembro o início
galguei o céu e inferno
e certezas por dúvidas

cidade pequena grande e única avenida
todos se encontram várias vezes no dia
no cinema, na escola, domingo na igreja

bastava avistá-la à distância e fremia
a figura desejada estranha apreensão
demorava-me mais frente ao espelho

espinhas no rosto imberbe
atento escovar nos dentes
asseio no cabelo penteado

eu que troça fazia
pouco me cuidava
tomava café e saía

arre agora tinha
aquela tormenta
rivais pressentia

e como padecia tremia
ao vê-la em companhia
de outro menino rapaz

e quando comigo falava
talvez não desconfiasse
o mal que em mim fazia

arrancou-me inocência e paz
os velhos calções de elásticos
do jeito destratado e cômodo

e diante dela me achava
como a mim me esquecia
desdobrado em cortesias

aquela pequena e querida
não sabia as minhas dores
recalcar anônimos amores

sentiria meus embaraços (?...)
timidez umedecia os lábios
inconfesso o peito de amor

ou quem sabe talvez
ao ego ferido alento
dores ambos sofriam...

Um comentário:

Blog do Ediloy disse...

PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, 27/08/08