MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
sábado, 26 de julho de 2008
HINOS e LENDAS
Postados em filas indianas
camisas brancas calças azuis
entoava-se a canção coletiva
uníssonas vozes desafinadas
ganhando corpo virava coro
nas tardes antes da entrada
esbelta e feia professora
uma varinha feito batuta
harmonizava a execução
motivos de escárnios
pilhérias e gozações
aquela adunca figura
cerimoniosa a subida
ao mastro a bandeira
levemente ascendia
lábaro venerada
flanava altaneira
íamos para a sala
tantas palavras
pronúncias raras
o que seria ?
pouco se entendia
acompanhava-se
o ritmo enternecia
em versos dizia
rios caudalosos
imensas florestas
de um mundo estranho
minha cidade pequena
parcas lagoas singelas
um povo heróico
simplória a gente
a que via convivia
falava-se em morrer
caso a pátria ferida
difere a pacata vida
parecia aquela narrativa
distante da minha rotina
restava de bela a canção
como estórias e lendas
cantava seguia a letra
alheado e desconfiado
que procedência teria
de que povo aduzia
aquilo que se dizia ?
caraminholas a mente
ainda infantil e pueril
não atinava conceitos
como papagaio repetia
tantas estrofes alheias
emocionava a melodia ...
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PUBLICADO EM RECANTO DAS LETRAS, EM 28/08/08
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