quinta-feira, 16 de agosto de 2007

AS TRANSIÇÕES DITATORIAIS NO CONE SUL

Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante]
16.08.07 @ 16:54

O Chile, sob o governo reformista e com tendência socialista de Salvador Alende, foi o asilo natural dos revoltosos dos países vizinhos que enfrentavam as ferozes ditaduras militares.

Muitos brasileiros aportaram naquele país, antes que ele também fosse cenário de uma das mais atrozes violências aos direitos civis.

O Chile teve o ápice com o assassinato de seu presidente, em plena luz do dia, discursando pela rádio e alertando o povo: o povo unido jamais será vencido !!!
Com a invasão da Casa da Moneda, palácio presidencial,dava-se por finalizado o último dos bastiões democráticos dando início ao temível governo de Augusto Pinochet...

A Argentina, graças ao fervor ufanista da inglória batalha pelo domínio das Ilhas Malvinas, guerra em que foi vencido pela Inglaterra, deu um suspiro maior à permanência militar no poder, mas a aguerrida sociedade daquele País não sepultou as lembranças junto aos restos mortais de seus filhos e a questão sempre foi latente e pulsante...

Efetivamente, no Brasil, a transição deu-se de maneira lenta, gradual e praticamente sem incidentes, apesar do malogro da tentativa golpista de setores mais conservadores dos militares, como o general Silvio Frota, abortada em sua origem, além do atentado do Rio Centro, naquele memorável primeiro de Maio...

O País sufocou sua dor e indignação com a covardia da morte do jornalista Wlado Herzog, nos porões do DOI-CODI, em 1976, o que já insinuava a cisão interna do comando militar.

Ninguém desconhece ou deixa de supor o que deve ter acontecido nos porões das ditaduras, com seus métodos bestiais e licenciosos de inquirição....

Os mais antigos moradores de grandes cidades, notadamente São Paulo e Rio de Janeiro, recordam-se de rotinas alteradas por manifestações e atentados, aqui e ali naqueles idos...

Como em tudo aqui dá-se um “jeitinho”, até a criação do colégio eleitoral foi urdida para que a transição não ferissem susceptibilidades verdes-olivas, apesar do turrão Presidente Figueiredo sair pelas portas do fundo negando-se ao cerimonial de entrega da faixa ao seu sucessor civil, José Sarney, oriundo da Arena, partido do governo militar.

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