MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
SAMPA *
como vivente de seus sons
ruas, trânsito, neuras
cá estou e pouco me resta
do menino de cidades pacatas
aportando em suas entranhas
assustado com sua imensidão
aprendi que a solidão mais dura
é a suportada no meio da multidão
onde todos vivem juntos solitários
mas também confesso-me urbano
metropolitano essencialmente
bucólicas imagens só lembranças
tédio talvez pior que se sentir só
nas tardes modorrentas que vivi
todos caminhavam lentos atentos
e o tempo é mais crucial e fatal
ampulheta caindo grão a grão
a infâmia humana se ressalta
o passar pasmo de horas e dias
monotonia de vidas simplórias
terreno das insídias e boatos
onde todos se avizinham
mentes se amesquinham
e os assuntos são banais
prefiro seu ritmo insano
algaravia apelos ruídos
e anônimas identidades
dependente me assumo
viciado em sua vida babélica
frenesi de sua maluca rotina ...
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PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, 26/09/08
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