MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
RECOMEÇO
noite estranha
meu pai com uma arma
minha mãe com os filhos
rua principal frente ao sobrado alto
arruaceiros vassouras queimadas
provocantes festejavam a renúncia
fim dos sonhos partidários
Jânio Quadros debandava
falando em "forças ocultas"
impávido do alto do prédio
ostentando velha carabina
a postos fazendo-se notar
amargava a derrota
na eleição deputado
e derrocada do líder
balelas de lado a lado
velha geringonça não funcionava
bêbados pândegos manifestantes
um doido rompia a constituição
atirava o País na incerteza
e tomava rumo ignorado
baderneiros embriagados
espingarda enferrujada
encenação vã de resistência
pálidas recordações daqueles dias
Jango visitava a China vermelha
articulava-se o parlamentarismo
Mudança sobre o caminhão
amigos se despedindo
nova vida em outro Estado...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
publicado no Recanto das Letras, 27/01/09
Postar um comentário