Talvez um dos últimos polêmicos políticos que sai de cena...
Para uns já devia ter ido, outros lamentam...
O cenário político brasileiro nos trouxe figuras esdrúxulas como Jânio Quadros com seu português escorreito e cheios de mesóclises, Brizola brandindo gestos teatrais evocando um nacionalismo fora de moda, Ulisses e Tancredo, que embora não fossem dotados de nenhum carisma especial pareciam indispensáveis em momentos cruciais, e agora ACM...
Os políticos, via de regra, ganham popularidade de artistas, por serem figuras públicas e por suas idiossincrasias que alimentam os humorísticos televisivos...
Nenhuma figura, contudo, encarnou a dubiedade do bem e do mal como o falecido senador baiano.
Criticado pelas esquerdas, alcoviteiro dos quartéis, general em guarda de sua eterna capitania hereditária, a Bahia, mas de incômodos alcances nacionais, sendo cortejado por todos os que almejaram a Presidência da República.... reverenciado, temido e odiado !
Falastrão como Odorico Paraguaçu em o Bem Amado,a gostosa novela de Dias Gomes,
e soturno e maquiavélico como Golbery do Couto e Silva, o mentor dos verdes-olivas da ditadura...
Era do tipo que não se rendia fácil. Apeado do senado, renunciou antes de perder o mandato e retornou reeleito nas eleições seguintes.
Perdeu o governo de seu estado para o PT, sem modéstia referiu-se a si mesmo como uma corrente e não no singular de sua pessoa mencionando que o “Carlismo” não morrera, logo após a apuração das urnas nas eleições passadas onde seu indicado não foi reeleito...
Antonio Carlos Magalhães talvez seja a mais emblemática figura da política nacional, uma espécie de conselheiro e confidente de todos os políticos que o procuravam, sem distinções partidárias ou rótulos ideológicos...
Para nós, distantes dos colóquios de gabinetes, um mistério...
Não foi vencido, ainda que perdendo nas urnas os seus indicados, cedeu somente ao inevitável destino de todos nós, a morte.
Era do Bem ou do Mal ? Depende da ótica de quem vê....
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