sexta-feira, 9 de abril de 2010

O JARDINEIRO NAS MANHÃS




a imagem nos refolhos d' alma
volta-me terna, saudosa,
distantes tempos, traz-me calma

da casa de singelo jardim
hortênsias coloridas, pé de coqueiro
adunca e alta figura, amador jardineiro

meu avô varrendo nas manhãs
no pijama de listras
seu traje costumeiro

vassoura à mão
recolhendo folhas mortas
limpando os canteiros

dissipa-se da memória
como se quisesse retê-la
uma época, minha história

em que brincava sorridente
a vida, uma aventura,
o mundo um presente...



Selecionada para publicação na Antologia Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea, editora CBJE, Rio de Janeiro/RJ.

7 comentários:

Anônimo disse...

Comentário de Sandro Pinto:

Linda memória, Ediloy. Muito terna! Abraços. Sandro Pinto.

(Verso & Prosa)

Anônimo disse...

Comentário de Erika de Lima Liberatti :

Que lindo...
Parabéns pela belas memórias aqui tão delicadamente traduzidas.
Felicidades. .

(Verso & Prosa)

Anônimo disse...

Comentário de DARCI BORGES:

Belas e doces memórias, belo e doce poema! "a vida, uma aventura, o mundo um presente...", descrição de um tempo que ficou encapsulado em sua lembrança, inarredável, recorrente em cada nesga de tristeza...
Me lembre dos versos do Chico "No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido".

Parabéns, um grande abraço!

(Verso & Prosa)

Anônimo disse...

Caro poeta o seu texto fez-me lembrar de meu pai principalmente pela alusão ao varrer as folhas mortas... Hera seu primeiro ato a ser praticado todas as manhãs, o som da vassoura roçando o chão ainda se faz presente aos meus ouvidos todas as vezes que passo em frente à sua antiga morada. Parabéns pela linda imagem paterna que podemos vislumbrar nas linhas destes teus lindos versos. Meus calorosos aplausos.

J.A.Botacini.

Zezinho.
Jose Aparecido Botacini
ze-botacini@hotmail.com
22/04/2010

Anônimo disse...

Bela nostalgia. Abraços.

Rosana Nobrega
ro1_nobrega@yahoo.com.br
23/04/2010

Anônimo disse...

Ai que lembrança gostosa, que deleite do coração ... Bjs

Elisa Maria Gasparini Torres
emgari@yahoo.com
24/04/2010

Anônimo disse...

Que poesia mais meiga, que doce lembrança, eu tenho umas lembranças dos meus avós, que nunca vão sair de mim.
São histórias de famílias nas quais nunca mais viveremos.
Parabéns Ediloy, pelas doces palavras..

Soraia
Ciganita
soraiassantiago@hotmail.com
24/04/2010