MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
domingo, 11 de outubro de 2009
ESTRANHO CONHECIDO
ausente o viço da juventude
sulcos na face, cãs dos cabelos
sem avisos, ele voltou.
sua ausência já esquecida
figura esmaecida, perdida,
eis que retorna
a volta de quem não se espera
incômodo inusitado bate à porta
no olhar clama o espaço perdido
habitado por outros sentimentos
outro alguém, calores e valores
ocupante presente no vazio deixado
na soleira da entrada
sem recepção e palavras
conhecido estranho
pássaro vadio
volteios em aventuras
ninho ocupado
passos sobre passos
entendidas razões
perde-se na distância...
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12 comentários:
Comentário de Sandro Pinto:
Gostei do poema enigmático. Me lembrou alguns sentimentos, lembranças que gostaríamos de não mais experimentar mas que voltam sem convite. Parabéns! Abraço, poeta. Sandro Pinto.
(Verso & Prosa)
Comentário de J. Aurélio Luz:
Caro Ediloy: seu poema bem cadenciado traz-nos a sensação de que somos próprios estranhos a nós mesmos, se vistos em fotogramas espaçados de eras. Ao final da caminhada seremos o que então seremos, ou uma média ponderada dos conhecidos estranhos que já teremos sido até o ponto final? Abraço, j.a.
(Verso & Prosa)
Olá poeta, muito bom ! Seu versejar a cada dia se torna mais esmerado num lirismo admirável. Um abraço e obrigada pelo carinho de sempre.
Úrsula Avner
ursula@uai.com.br
22/10/2009
(site de Poesias)
Amigo Poeta, os vazios por vezes criam urgências, outras vezes protelações, mas o vazio nunca é paz, haverá de ser sempre inquietação, que se expressa neste competente tracejar de versos, onde a irritação desafia o auto-controle, algo bem comum a mim próprio. Versos sinceros, cheios de verdades, inspirados pela alma poética do autor. Fraterno Abraço!
Gilberto Brandão Marcon
gilbertomarcon@uol.com.br
23/10/2009
Que belo... cada vez que te leio, fico mais encantada...
deusaii
deusaii@hotmail.com
23/10/2009
Olá Ediloy! Trouxeste o passado ao presente dando-lhe uma nova roupagem e não se negando a reconhece-lo.
Parabens!
ubirajara
caravanapoeta@yahoo.com.br
23/10/2009
Belo poeta!
Poema cadenciado digno de todos os aplausos!
Meu carinho e um lindo dia de sextafeira!
Bjinhos
Vania
Vania Staggemeier
vaniastral@yahoo.com.br
23/10/2009
Caro poeta o tempo é implacável e por mais que tentamos com uma tinta aqui ou um cosmético ali ele sempre deixa marcas pelos caminhos or onde passa.
Belas reflexões, parabéns.
J.A.Botacini
Zezinho.
Jose Aparecido Botacini
ze-botacini@hotmail.com
23/10/2009
A construção de um poema precisa nos conduzir a onde ele está e quer chegar e seus versos chegaram lá...parabéns por tão lindas palavras encadeadas para construir uma imagem subjetiva e objetiva na alma.
Daniel Rosa
daniel_rosa2003@yahoo.com.br
22/10/2009
Poema intenso, emocional e tão bem estruturado em versos onde você consegue muita força lírica e dramática, numa narrativa ágil de momentos que podemos entender tão introspectivos como circunstanciais. Gostei demais!!
Parabéns!
Roberta Marcon
robertamarcon@ig.com.br
22/10/2009
Comentário de DARCI BORGES:
Olá, Ediloy, eu tive o mesmo entendimento do Sandro. Velhas lembranças, como vento inusitado, que volta e meia nos assaltam e balançam aqueles galhos que pretendíamos rijos, seguros...
O ninho está ocupado... mas mesmo assim é melhor que fechemos a porta, é melhor não correr riscos, não é?
Abraços!...
(Verso & Prosa)
Comentário de Eduardo Ramos:
A velha crise, do que somos e do que gostaríamos de ser, e, como disse o J.A., a memória nos tratando como fotogramas esparsos... Belo poema! Abração!
(Verso & Prosa)
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