Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante]
28.01.08 @ 10:36
Hinos envelhecem pois retratam uma nação no momento em que é composto e depois, ao ser executado em outros tempos, parece lenda...
Como narrativas melódicas que descrevem florestas, rios caudalosos ou regiões já inexistentes por força da engenharia humana, mas registrado na letra da canção.
Hino pátrio, é como uma bandeira, imutável, perene, concisão histórica se assim pudermos chamar...
Pelo fato de crescermos acompanhando a sua execução e, desde pequenos, aprendemos a cantá-lo, acaba por ser incorporado à nossa própria vivência, ainda que muitos não se debrucem sobre a letra buscando o seu sentido...
Passa a ser executado em momentos memoráveis, em atos festivos ou trágicos, carregado, portanto, de muita emoção em que a entonação coletiva, eivada de sentimentos, supera a literalidade da letra, vira algo compartilhado, idéia de coletivo, irmanando corações em uníssona voz...
Não creio que haja povo que não idolatre seus hinos pátrios, menos pelo que descreve e mais pelo que se incorporou de pessoal, de íntimo, nas suas execuções...
Quem não vibrou nas conquistas do PAN a cada pódium conseguido pelos nossos atletas, ou na emoção de catarse coletiva das várias copas do mundo que conquistamos ? Nas manifestações pela Diretas-Já, no séquito de personalidades políticas ou artísticas onde, espontaneamente, o elo de ligação entre a massa se desenha no cantar coletivo do hino que agrega a todos ?
Portanto, transcende à racionalidade da letra como registro descritivo e simplesmente torna-se uma oração fervorosa, vibrante, compartilhada por todos...
"Ouviram do Ipiranga às margens plácidas..."
"Salve lindo pendão da esperança..."
" Já podeis da pátria filhos ver contente a mãe gentil..."
Tantas emoções afloram à flor da pele na idéia de sentimentos experimentados coletivamente e em particular a cada um...
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