quarta-feira, 11 de março de 2009

PARCEIROS POR CONVENIÊNCIA (crônica)

Não há quem ande com uma mala, salvo se por expressa necessidade; ela é incômoda, às vezes pesada ( depende do tamanho e do que contenha), não condiz com os paramentos de uso de uma pessoa, a não ser em situações de viagens. Portanto, uma mala é, no dizer popular, uma mala ! Algo incòmodo que retarda os passos e pesa a quem a carrega.
Contudo, tal qual ocorre com uma mala, há outros acessórios de que nos utilizamos exclusivamente em casos apropriados, fora dessas circunstâncias ficaria descabida a necessidade. Lembremo-nos dos injustiçados parceiros por conveniência. Estão conosco somente quando eles se tornam imprescindíveis, fora isso...
Comumente esquecidos nos cantos da casa ou mesmo em qualquer local onde tenhamos que ir, claro se a necessidade não reclamar seu uso. Eu próprio os adquiro na hora H, como compra de suma necessidade, imperiosa ao momento, senão jamais me lembraria de tê-lo em minha companhia.
Fora de uso são estorvos, inadequados, se grandes transformam-se em bengalas pingando, se pequenos protegem a cabeça e o resto fica entregue ao tempo chuvoso...
Sim, são eles, os insubstituíveis guarda-chuvas !
Não por acaso, invariavelmente esquecidos quando cessa a chuva, em balcões do comércio, salas de esperas, cantos de botecos. De certa forma, um inconsciente alívio, nos livrarmos dos pobres.
Principalmente agora, infestadas as ruas de produtos asiáticos mais baratos ( e também mais vulneráveis), vendidos pelos camelôs, providenciais em situações críticas de bátegas inesperadas.
Definitivamente, somos, sim, egoístas com nossos parceiros eventuais, extremamente úteis e levianamente descartáveis.
Fico imaginando os nossos antepassados que se guarneciam de galochas ( tratava-se de uma proteção de borracha que recobria os calçados para se evitar as poças), na casa de meus avós vi várias. Passadas as águas aquilo deveria ser um incômodo imenso, afinal, como carregá-las distante de casa, quando não houvesse a necessidade, ou seja, depois das chuvas ?
O mesmo dir-se-ia das capas, dos chapéus, etc. Na verdade, ainda não inventaram um apetrecho que substitua o fino tecido armado com varetas de ferro fino ( os mais sofisticados de madeira), que nos acompanha nos momentos de mal-tempo.
Pois é, estão conosco nos piores momentos e são esquecidos tão logo o sol volte e o azul do céu não insinue nuvens carregadas...
Qualquer analogia são meras conjecturas.

Um comentário:

Blog do Ediloy disse...

PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, CRÔNICAS, 11/03/09