MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
SONHO CINDERELA.
se me dissesse que me amaria
apenas por também ser só
aceitaria
queria o regalo
profissional
amam sem amar
o que não permitiria era ver
no brilho daqueles olhos
falsa magia que lhe impunha
a minha postura
falcatrua
disfarce oportuno
soturno
irônico
despudor
e antes que a noite
se fosse como um sonho
a carruagem reluzente fosse abóbora
vesti-me num átimo
seco e lacônico
e a deixei livre
...antes que fosse tarde !
e num rasgo
sorri intimamente
fingida dignidade...
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publicado no Recanto das Letras, 23/12/08
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