sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

TRÔPEGA LUCIDEZ


devaneios sugeridos
ao som de uma música
tomando cervejas
masgando amendoins

a mente solta
ambiente agitado
os olhos ao derredor
colhendo atrevido cenas

a compor um cenário
detalhes se avolumam
como protagonistas
superlativando miudezas

sufoco de mormaço
chuva leve lá fora
mesa repleta de garrafas
ócio curtido em divagações

malícias sensuais
nas ancas morenas
roliças, matreiras,
convites presumidos

alheio a mim,
deserto, perdido,
sortido como bala
em baleiro colorido

alternando goles
salivando sementes
devoradas ávido,
voraz , insaciável

multiforme, distante,
inconstante, insano,
incendiado e acalmado
nos 4% etílico dos 600ml...




7 comentários:

Anônimo disse...

Comentário de DARCI BORGES:

Caro Ediloy, aqui em Goiânia a gente não tem mar, a gente tem bar. Aliás, a nossa cidade é a capital dos barzinhos, um em cada esquina, com loiras geladíssimas, churrasquinhos e toda gama de petiscos pra tira-cuspe (tira-gosto de goiano). O seu poema me levou a um deles, pedi algo com maior teor etílico (cachaça de engenho, cheirando a bagaço de cana, 40 graus), que é pra encurtar o caminho entre a dureza da vida e o sonho. Fiquei alí, maravilhado com ondas de gente, indo e vindo, profusão de ancas e seios, às vezes tímidos, às vezes voluptuosos. Era como se estivesse em frente ao mar... Mas antes que minha musa fosse parar no fundo do copo, voltei à real, já quase bêbado, ainda meio sóbrio.
Gostei do seu trabalho, um grande abraço, um ótimo final de semana!

(Verso & Prosa)

Anônimo disse...

Caro poeta o texto retrata dois extremos das necessidades humanas que de certa forma contribuem para aliviar as tensões provocas pelo dia a dia dos indivíduos que procuram um pouco de “paz” tentando se divertir numa roda de amigos. Podemos dizer também que são “remédios” paliativos que por vezes têm efeitos colaterais, de qualquer modo os resultados deste tratamento causa certo “alivio” e nos da a falsa impressão de que somos felizes. Belo texto que descrevem verdades (irrefutáveis) Meu aplausos.

J.A.Botacini

Zezinho.
Jose Aparecido Botacini
ze-botacini@hotmail.com
20/02/2010

Anônimo disse...

Comentário de Gilberto Brandão Marcon:

Caro Ediloy, eis que me parece a tradicional e velha roda de amigos onde o importante não é o que se fala, mas o compartilhar da essência fraternal que vai em nós, algo típico do ser masculino, um velho ritual de tempos perdidos, que vez em quanto repete-se em tempos atuais para aliviar nossos corações, coisa que não se explica, se vive, e pronto por alguns momentos curtimos felicidade que não tem compromisso com a sensatez. Fraterno Abraço!

(Verso & Prosa)

Anônimo disse...

A poesia do ser humano de carne e osso e de muita luxúria. Adorei. Bjs

Elisa Maria Gasparini Torres
emgari@yahoo.com
20/02/2010

Anônimo disse...

Olá Poeta ,
Um brinde meu amigo, belo poema embebido de impressões e contradições inerentes à condição humana.
Momentos de embriaguês, ou lucidez, que o álcool por vezes proporciona.
Bjs.

Aline Lima
ALINELIMACASTRO@HOTMAIL.COM
20/02/2010

Anônimo disse...

O devaneio resultado do etílico só pode tornar a lucidez trôpega e insana.

Abraços!
ubirajara
caravanapoeta@yahoo.com.br
20/02/2010

Anônimo disse...

Olá, Ediloy!
Depois de problemas, estou de volta.
Seus versos se misturam entre dor e prazer.
Com uma descrição de romance, você parece inseguro entre as emoções que esteve sentindo enquanto escrevia.
Algum alcóol é sempre bom para nos devolver ao prumo que a vida louca abala.

Um abraço, grande poeta!
Abel Puro
abelpuro@ig.com.br
20/02/2010