temporal prenunciado
os varais tresloucados
vestes presas agitadas
urgência corre-corre
levanta pó no quintal
galinhas nos poleiros
céu encoberto cinza dia
chuva forte anunciada
mães lavadeiras afoitas
roupas ameaçando vôos
no empuxo da ventania
no pó em redemoinhos
as janelas fechadas rápidas
portas rangidas ameaçadas
assovios do minuano feroz
na agitação tudo festa
raios ervas queimadas
Santa Bárbara invocada
a água beijava o chão
ressequido rescendia
cheiro terra molhada
em bátegas chuva impiedosa
enxarcando o terreno lamas
furiosa nas paredes da casa
o lar acolhedor barricada
contra a força do sinistro
conforto e aconchego
fora as árvores vergavam
pela pressão da ventania
finda tarde noite abreviada
ninguém colocava o pé fora
quem ousaria ?
todos liberados da escola
no novo amanhecer
céu azul terra úmida
sol aquecendo e secando
hora de buscar as pipas
estilingues e bolas de gude
a brincadeira recomeçava...
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PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, EM 13/09/08
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