MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
sexta-feira, 2 de maio de 2008
ELEGIA AO DEFUNTO ANÕNIMO
bicho acuado
riso profundo
vago no olhar
história vulgar
(como a minha e a sua...)
ferida feia
monte inerte
contratempo
redenção de ébrio
O piche negro
Face a face
beijo no asfalto
fim de madrugada
peito desfraldado
imberbe cabelos
alourados sujos
filetes rubros
fita de cinema
crônica policial
sonho estranho
Das atenções alvo
Comentado
Percebido
amado...
O cuidado do transeunte
O jornal inteiro, aberto
tão reverenciado !
Se soubesse
sonhasse viver
Desejaria ...
Da vida poeta amante
esquecendo o insosso
mero mais um, que era...
( Coletânea Poetas da PUC 1980)
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PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, EM 13/09/08
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