MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
quarta-feira, 9 de abril de 2008
ANGOLA *
Os filhos teus
em sofridas lidas
nas empoeiradas estradas
labutam em suas entranhas
Valentes mulheres
sem tempo para atavios
carregam sobre as cabeças
produtos de além mar...
Tambores e danças
baila teu povo
desdenhando o sofrer
Em feiras livres
trazidos do estrangeiro
alheios produtos expostos
não de seus seios minados
Pobre rica terra !
escrava própria de suas riquezas
das diamantinas pedras cobiçadas
do negro ouro a jorrar incessante
.
Quem interessaria por ti
nação em continente esquecido
não fora teus atrativos recursos
mantendo seus filhos cativos ?
Na arquitetura esmaecida
Lusitana herança colonial
a capital entre guerras
chora a bela Luanda
Nas esquinas olhares em prantos
estigmas em andrajos e muletas
marcas das fratricidas contendas
Canta em lamentos sua gente
extraindo belezas na dor
e das lágrimas e lutas
a esperança de paz....
( lembranças de Angola, 2000)
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2 comentários:
PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS, 06/10/08
Belo e reflexivo, poeta! encantada!
Enviado por Elischa Dewes em 06/10/2008 21:18
para o texto: ANGOLA (T1214854)
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