terça-feira, 5 de janeiro de 2010

OSTRACISMO


das fantasias
que tenho renegado
talvez para parecer
sério, firme

não ceder às euforias
trazidas em magias
nas festividades do ano
revivido, intenso

como se ser feliz
fosse piegas
romântico
tolo

e negar-me a deleites
fosse estar imune
aos sonhos
que me felicitam

tantos momentos
magias dos tempos
trazidas em épocas
revividas infâncias

o brindar das festas
o sorriso descompromissado
o enebriar-me em coisas banais
como me policiando, me contendo

temor de ser ingênuo
seguir a correnteza
desdenhando alegrias
sorvendo sozinho o fel

enfurnado, taciturno,
ostra hermética
fechado para a vida
despido de encantos...


9 comentários:

Anônimo disse...

Caríssimo poeta temos verdades e preceitos enrustidos que por vezes nos faz negar a nossa condição de indivíduos “normais”. As carapaças pesam sobre nossos ombros nos impedindo de sermos plenamente felizes. A introspecção é um fator degenerativo dos nossos sentimentos porque nos tolhe do direito de quebrarmos certas regras em detrimento de outras que nem são tão saudáveis. (O casulo quando rompido faz da borboleta um indivíduo livre para voar). Bravo poeta, belíssimas reflexões.

Meus aplausos.

J.A.Botacini

Zezinho.
Jose Aparecido Botacini
ze-botacini@hotmail.com
13/01/2010

Anônimo disse...

As vezes nos escondemos no casulo, deixando de ser
o que gostaríamos de ser somente pelo medo de mos-
trar aos outros o que realmente a gente é.
Nem sempre o que difere do comum agrada.

Lindo, lindo!

♫Carolina
Carol Carolina
carolinafagundes1@hotmail.com
13/01/2010

Anônimo disse...

Comentário de Albérico Silva de Carvalho:

Poeta/Ediloy,"não ceder às euforias", por que não, por que não...
Lindos versos, depoimento corajoso.

Anônimo disse...

Bravo querido poeta... lindo....

deusaii
deusaii@hotmail.com
14/01/2010

Anônimo disse...

Comentário de DARCI BORGES:

Olá, Ediloy! Realmente, às vezes nos surpreendemos assim mesmo, com medo de sermos felizes, até culpados de termos essa possibilidade. Mas é preciso ao menos entreabrirmos as janelas, vencermos os desafios e os perigos da luz, porque lá fora a vida sempre reamanhece em novas tonalidades, em novos sons...
Mas, enfim, sua poesia introspectiva é muito bonita!

Um grande abraço!

Anônimo disse...

Caro Amigo, muitas vezes já pensei nas circunstâncias que propõe em seus reflexivos versos, a solução ou paliativo que acabei por dar a mim mesmo é que auto-controle e vigilância contra a ingenuidade excessiva, não tem relação com não ser feliz, mas o fato é que uma aparência sisuda intimidada mais do que uma simpática, vai entender o ser humano. Ler seus versos é sempre um exercício reflexivo, o que sempre ajuda tirar o pó dos neurônios já meio gastos. Grande Abraço!

Gilberto Brandão Marcon
gilbertomarcon@uol.com.br
14/01/2010

Anônimo disse...

Realmente um poema forte e triste, onde o eu-lírico, desesperançado se mostra em ostracismo, isso choca, mas revela uma nuance d'alma, humana, de carne e osso. Parabéns sempre!

Elisa Maria Gasparini Torres
emgari@yahoo.com
14/01/2010

Anônimo disse...

Fechar-se não é solução, sufocar anseios, fantasias, quando a maioria libera seus sonhos, seus desejos. Nada ganharás com isso, cercearás tua liberdade teu bem maior conquistado.

ubirajara
caravanapoeta@yahoo.com.br
15/01/2010

Anônimo disse...

Comentário de João Elias Poeta:

Meu caro Ediloy, você definiu muito bem a questão em seus belos versos. "ostra hermética fechado para a vida despido de encantos..." Muito bom, parabéns.

(Verso & Prosa)