Comentário de: Ediloy A.C. Ferraro [Visitante] · http://no/
17.02.08 @ 15:20
Vejo se desenharem especulações sobre nomes prováveis à sucessão presidencial, afinal isso é previsível, como se diz " faz parte..."
A folha de Sâo Paulo deste domingo traz a pesquisa para a prefeitura de São Paulo em que mostra Geraldo Alckimin com 29 e Marta Suplicy com 25, Kassab, atual prefeito, com 12% em empate técnico com Paulo Maluf com 10 e Luiza Erundina, com 8...
Em que pese o peso da máquina, Kassab, uma insossa figura, ilustre desconhecido guindado à prefeito por ser vice de José Serra que escapuliu para o Governo do Estado, é incapaz de promover uma reunião significativa de pessoas para ouví-lo marcha, inexorável, para uma derrota eleitoral previsível...
É certo que Geraldo Alckimin, a quem faltam carisma e eloquência, se enalteceu à sombra de Mário Covas, político experiente, firmou-se, com o decorrer da interinidade da doença que vitimou seu antecessor, conseguindo, aliás, reeleger-se à frente do governo Paulista...E colocar-se candidato do partido à presidência da República, apesar das resistências internas.
Fernando Henrique, embora senador por São Paulo com vigorosa massa de votos, foi massacrado por Jânio Quadros na disputa pela Prefeitura e, uma vez ministro do governo tampão de Itamar Franco, à frente da mais visível pasta, a da economia, alçou vôo para a Presidência da República, sob as asas da estabilização da moeda, o que lhe rendeu até um segundo mandato, providencialmente preparado e aprovado, através da reeleição, em sua primeira gestão...
Nenhuma análise pode prescindir do estudo de cada conjuntura.
Reeleito FHC por um temor de que a consolidação do plano Real fosse a pique numa eventual e imprevísivel gestão Lula ( anterior à nova versão "Paz e Amor")...
Geraldo Alckimin substituiu Mário Covas, nunca se ouviu tanto a utilização da Sabesp ( curiosamente detém o monópolio na distribuição e comercialização da água em todo o Estado de São Paulo, o que, por si só, poderia dispensar gastos com publicidade, por não ter concorrência) para imiscuir a propaganda oficial do governo, claro que de forma sub-repticia, o tal slogam de "trabalhando por você", " respeito por Você", o que dava asco quando tinha que se enfrentar as enormes filas para se adquirir um bilhete do metrô, algo como 50 pessoas para ser atendida por apenas 1 funcionário, logo abaixo do insultante: " Respeito por você "... Quase escorrega no tomate e dá de bandeja ao malfadado Maluf o governo Paulista, no que, aliás, o PT foi de providencial apoio no segundo turno, onde a então candidata Marta Suplicy surpreendeu...
No governo Alckimin, sob a égide do bom moço, probo e politicamente correto ( arre!) que varreram para o tapete quase 3 dezenas de pedidos de CPIS, sob a natural incompetência da oposição petista ,pergunta-se, para que servem tais Assembléias Estaduais, relés órgão homologatório das decisões palacianas ?
Geraldo Alckimin também não será esquecido por todos os motoristas que trafegam nas estradas de nosso Estado, lembraremos sempre dele, nos bolsos a cada pedágio...
Luiza Erundina, na prefeitura de São Paulo, com Olívio Dutra em Porto Alegre, foram as primeiras estrelas de expressão petista, havendo, ainda, a Luiza Fontenelle que havia conquistado pela incipiente legenda petista a prefeitura de Fortaleza... exceto Olívio, que fez seu sucessor, as demais não obtiveram êxito com seus candidatos à sucessão...( não havia, ainda, a possibilidade de reeleição)
Em São Paulo o PT,com a Erundina, que havia tirado das mãos de Maluf uma vitória já decantada ( haviam até encomendas de chopp para os convidados), acabou por entregar a Cidade um pleito depois, gerando a malfadada gestão que teve como sucessor o desastre de Celso Pita, factóide de Paulo Maluf, ainda hoje ambos sob severas investigações por suspeitas de malversação de verbas públicas...
O PT voltou à prefeitura com Marta Suplicy, que, embora se mostrasse antipática à população envolvendo-se emocionalmente com sua vida privada com o fim do casamento com o meloso senador Eduardo Suplicy parecendo drama novelesco,equivocadamente se patenteou como a Martaxa,graças a infelizes medidas para aumentar a arrecadação, fez um governo memorável no que diz respeito aos transportes coletivos ( que era um caos !) e também proporcionou escolas com níveis de clubes privados para as periferias esquecidas da cidade...
Foi vencida por José Serra,recém saido de uma disputa à presidência da república, no ano de 2003, o primeiro da gestão Lula, o período mais difícil da economia nacional, onde medidas ultra-consevadoras tiveram que ser corajosamente tomadas para se debelar um provável surto inflacionário, com elevação da taxa selic e retração nas atividades produtivas,aumento do superavit primário, isso tudo no sonhado transformador governo petista de Lula...
No que se refere à sucessão presidencial propriamente, os tucanos têm nomes de maior expressão nacional para a disputa, isso é incontestável...O problema não é externo, contudo; a luta é intestina, nos bastidores. Há caciques demais para pouca vaga ( apenas 1 no caso da presidência) e vários postulantes, dos quais se destacam 2, José Serra e Aécio Neves, ambos representam, respectivamente, o primeiro e o segundo maiores colégios eleitorais...
É aí é que me arrisco um palpite nesse emaranhado previsível, a quem interessa, nas hostes partidárias tucanas, esse confronto inevitável ? Em uma disputa que pode ameaçar a aparente unidade partidária, qual a saída plausível ? Um terceiro nome de consenso, alguém tido como arregimentador das partes em litígio.... adivinhem quem ?
" Ó nóis aqui trá veiz ..." FHC, prontinho para entrar na disputa...
Por isso Geraldo Alckimin está sendo persuadido a não disputar a prefeitura de São Paulo, apesar de favorito nas pesquisas... onde ficariam os Democratas na partilha do poder ? Restaria ao ex-governador a disputa pelo retorno ao palácio dos Bandeirantes, na vaga eventual de Serra candidato à Presidência, mas... e se Serra for convencido a disputar a reeleição ao governo paulista (como prêmio consolação ?) e Aécio agraciado com um ministério importante ? Aí o Geraldo poderia ser, digamos, ministro da Saúde, uma pasta nada desprezível, com um orçamento proporcional aos problemas que ela acarreta a seu titular...
Como disse, no terreno das hipóteses....
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