sábado, 24 de novembro de 2012

DUPLA FACE


Não importa onde esteja
Sombra de mim e eu dela
Penumbra da dúvida intrínseca
Não dá tréguas, não me deixa
Ainda que absorto em cervejas

Ao altar da minha fé convicta
Aos passos ébrios das rotinas
Dia ou noite, manhã ou tarde
De tão presente já sou ela
A dor da existência colorida
Em gizes de cera 

Dei de ombros por tanto tempo
A amarga ilusão não se satisfaz
Me coloca indolente
Temente, ausente, descrente
De sonhos e tudo o mais

Ela tem a minha fisionomia
Tolerante, indulgente, negligente
Convincente, reticente, dispersivo
Caminhando por caminhar
Eu e ela, únicos, criador e criatura...


2 comentários:

Anônimo disse...

24/11/2012 14:47 - claudynha:

Um pensamento intenso, aplausos poeta :-)Bjimmm

Para o texto: DUPLA FACE (T4002812)

(RECANTO DAS LETRAS)

Anônimo disse...

Um mergulho interior. Excelente!
Abrs!
Alfredo Cyrino