sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ENFADO

o enfado me visita
com constância
e insistência
como se possível fosse
apenas enfadar-se 
e deixar por isso mesmo
mas ocorre que viver
não obedece humores, 
não se dá um tempo, uma pausa,
vive-se como se respira,
questionando ou não,
enfadado ou não...
independe de estado de espírito
as contas vencem nos prazos
corro como cão atrás do rabo
e a vida passa,
ora alegre, risonha,
ou enfadada e insossa
como água corrente
imperturbável, ora serena,
ora transborda, sai das margens,
mas o que interessa mesmo
é que não há interesse algum
se me enfado ou não
não muda nada,
sou água corrente,
seguindo o leito do rio...



(29/12/2010)

4 comentários:

Anônimo disse...

Comentário de Izabel Lisboa:

...irremediável, fatal... enfado mortal... dilema existencial...

conheço bem essas águas...

Parabéns, Ediloy, pelo quadro tão bem pintado!!!

Bjs
..
(VERSO & PROSA)

Anônimo disse...

4 de janeiro de 2011 22:46

04/01/2011 20:02 - ADomingos

Olá amigo,É isso mesmo:a vida segue em quaisquer circunstâncias.Gostei do tema desenvolvido.Parabéns,AD

Para o texto: E N F A D O
(T2709387)

(RECANTO DAS LETRAS)

Anônimo disse...

AMEI essa! Uma reflexão seca, lúcida, conformada... um total tom de desaventura e limitação total, sempre com maturidade e composição caprichada nos versos, e esses versos são quase a poesia do dia a dia de todos, sem erro! Eu tb já escrevi sobre o enfado, oh my gosh, eu o conheço, mas no que ousei, os cães ladraram indignados, omg eu reconheço o enfado e a tranquilidade que ele traz hehe BJsss


Elisa Maria Gasparini Torres
emgari@yahoo.com
12/09/2011

(SITE DE POESIAS)

Anônimo disse...

Olá Ediloy

E o que não é o nosso íntimo senão como as aguas no leito do rio, ora revolta, ora abrindo espaços, ora ferindo, ora sarando, ora alegrando, arredondando as arestas das pedras pontiagudas do leito até que na sabedoria, quiçá, ele se torne como um rio maduro, caudaloso e sereno.
Abç

HSERPA
hserpa@globo.com
16/09/2011

(SITE DE POESIAS)