quinta-feira, 9 de julho de 2009

D E S A F I O*


diante à folha alva
um desafio
preenchê-la no vazio

da alma que se nega
a ceder-me voos
alçando-me além...

pequeno meio restrito
prisões, receios
e labirinto

insisto, preciso, necessito,
portas a escancarar
do meu eu mais aflito

enfrento as brumas
arrisco-me em gritos
dos becos nas escuras

liberte-me, medíocre vivência,
me devolva a vestimenta
de minha real aparência

visto o disfarce e descontraio
nas vestes parvas de um pândego
ensaio gargalhadas me distraio

corda bamba vacilos desengonçados
enredos trôpegos desandados
entes desatinados e alvoroçados

rol de horrores, desenganados,
cantarolando canções vulgares
antro de suplícios desgraçados

num tropel desabrido
coreografias sensuais
em fugas de si, ao desabrigo.

urgem ensolaradas manhãs luzíveis
entardeceres sem melancolias
e noites sem enfados previsíveis

sabores requentados
de discursos corroídos
e aplausos esperados

gentilezas cordatas
gestos ensaiados
mensagens enlatadas

devolva minhas dores
tremores e medos
do inusitado brindo o fel

renego o fácil
convencionado
do bem estar e seu papel...


...escrever, como ficção, criação é um desafio...o de se expressar buscando o novo, fugindo de fórmulas que deram certo...busca-se o insano, meandros, que possam nos trazer algo inédito, nem sempre conseguimos, mas as tentativas são também desafios...

11 comentários:

Blog do Ediloy disse...

publicado no recanto das letras, 28/01/09

com alterações em 09/07/09.

Anônimo disse...

Desafio vencido! De forma sublime, como sempre! Mais uma obra mágica! Mais uma para minha coleção de preferidas! Abraço.

Enviado por Marco Aurelio Vieira em 10/07/2009 10:43
para o texto: D E S A F I O (T1691557)

Otelice disse...

"...Renego o fácil
Convencionado
do bem estar e seu papel."

Muito bem. Parabéns.

Anônimo disse...

Cara poeta a nossa imaginação é como se fosse um vasto campo onde plantamos todo o tipo de ervas e no meio das boas sempre surgem a (daninhas) porque como nas palavras versadas nem tudo se torna uma obra prima, de qualquer forma só pelo fato de tentarmos já nos faz vencedores.

Parabéns poeta por mais estes versos que preencheram as folhas em branco com muita reflexão e sabedorias.

J.A.Botacini

Zezinho.

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Anônimo disse...

Há muita expressão poética e sensibilidade em sua escrita querido poeta. Um abraço.

Úrsula Avner
ursula@uai.com.br
11/07/2009

Anônimo disse...

Olá Ediloy!!

Gostei!

No quer, no tentar está tudo!!

Um grande abraço de Portugal.

Bruno Dias
bchavesdias@gmail.com
13/07/2009

Anônimo disse...

Encarar o imprevisível, buscar o novo, o impensado.
Que bela composição, Ediloy !

Você tem um talento explêndido. Parabéns !

Charlyane Mirielle
charlyanemirielle@hotmail.com
13/07/2009

Anônimo disse...

Brindar o fel...
Cumprir nosso papel...
Às vezes é isso mesmo que fazemos!!
Parabéns pelo texto, rico em lirismo e sentimento!!
Abraço,
Mauricio
Mauri

Mauri
mauriciosilveira76@gmail.com
12/07/2009

Blog do Ediloy disse...

REEDITADO NO SITE DE POESIAS REESCREVENDO A HISTÓRIA, 10/07/09

Anônimo disse...

Oi! Saudades... Escrever é um desafio que nem sempre sei se o cumpro bem. Mas,paixão é pra ser vivida, e escrever me é uma paixão! Bom poder te ler na sua construção e na sua reflexão, tão bem elaborada!

Beijos

Elisa Maria Gasparini Torres
emgari@yahoo.com
13/07/2009

Anônimo disse...

É isso poeta!
Busco acertar no que a alma ainda tem por incógnita e sem limitar-me dizer insanidades, porque quando se explica do dizer... complica.
Gosto de como pensas em seus versos elegantes Poeta.
Beijos e meu carinho.

Comentário de Goretti Albuquerque, no site Espaço Literário- os melhores da WEB.