
nos passos dados
já distantes
no tempo
ora retomados
avenidas modernas
construções novas
escondem vestígios
de um tempo esquecido
retomo a uma terra estranha
de pessoas diferentes
a quem sou um estrangeiro
a vagar em pegadas e olhares
perscrutando reminiscências
lembranças pessoais esvaídas
marcas apagadas esmaecidas
nada mais lembra o que foi
ausentes entes contemporâneos
alegrias correrias e folguedos
da infância evolada nas espirais
rememoradas em tempos idos
apenas o endereço
permanece na rua
que já foi minha,
hoje, sou um estranho...
* POESIA CLASSIFICADA PARA PUBLICAÇÃO NA 61° ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS - EDIÇÃO JAN/2010 EDIT CBJE.
10 comentários:
Tudo muda, né querido poeta! Nada é parado no tempo, só a memória marcante vivente em cada um! Emocinante! Bjs
Elisa Maria Gasparini Torres
emgari@yahoo.com
08/12/2009
Legal, amigo. Sempre voltamos num lugar que passa a ser estranho para nós...só a lembranças que serão sempre recentes.Muito bom!
Daniel Rosa
daniel_rosa2003@yahoo.com.br
07/12/2009
Quem já não teve uma vivência assim, não é? Quando voltamos a um lugar vemos que os momentos vividos foram importantes no nosso íntimo e para aquela maturidade que tivemos naquela época e que na somatória nos diz quem somos hoje. Um abraço fraterno
HSERPA
hserpa@globo.com
07/12/2009
Caro o seu texto nos cala fundo no coração porque quando volto para o lugar de onde sai vejo tudo diferente, estranho onde estranhos me olham e nem percebem que eu já vivi ali também.
Parabéns pela originalidade e criatividade do tema.
J.A.Botacini
Zezinho.
Jose Aparecido Botacini
ze-botacini@hotmail.com
07/12/2009
Comentário de Sandro Pinto:
Muito legal sua viagem de volta a um lugar conhecido mas esquecido nas vielas das lembranças. O tempo passa e o passado passa a ter um gosto diferente... tudo muda. Parabéns, poeta! Gostei à beça! Sandro Pinto.
Tudo muda nessa vida.......e quando voltamos ao lugar que passamos sempre há uma saudade......Sempre relembramos de algo que marcou.......
Feliz poesia.....Poeta
Soraia
Ciganita
soraiassantiago@hotmail.com
08/12/2009
O que mais queremos?
A libertação do espírito?
Não, ele não pode sair da materia antes dos dias devoradores!
É uma pena que muitos ainda dividem os dias com suas idéias de loucos...
Vê o sol, quente como o dedo de Deus, olha a lua, linda mesmo pisada pelo o homem, olha agora nós, um rabisco, somos abstrato quando somamos o medo.
Dentro de mim se esconde o que vive em você e parte do mundo, sabe o que vive?
Uma parte da morte e outra da vida, mas se juntarmos as duas nasce o amor que um dia pode banhar os corpos dos que governam...
É triste saber que a terra onde eu vivo foi e ainda é o centro dos gladiadores do poder.
Não quero ser alienista e ter que viver na mente humana e dentro de um universo morto.
Muitos não sabem, mas o que aprendemos aqui é o que ensinaremos aos que chegam com sede de aprender...
Um abraço,
Tom Farias
Tom Farias
eristonbrito@bol.com.br
08/12/2009
As mudanças fazem parte da nossa vida, algumas nos ferem ao ponto de sentirmos abandonados. Lendo teu poema recordei o dia em que voltei para minha terra Natal,(20 anos depois) ninguem me conhecia, e eu? Não conhecia mais ninguém...
abraços amigo...
Teresa Cordioli
terxa@hotmail.com
10/12/2009
Foi isso que levou o homem, do jeito possível registrar o seu presente, na escrita, na escultura, na pintura e nos dias de hoje em toda parafernália moderna. Na nossa corrida louca em busca do desconhecido ignoramos o dia de ontem, ansiando pelo amanhã que chegado já não nos atenderá.
Abraços!
ubirajara
caravanapoeta@yahoo.com.br
10/12/2009
Taís Mariano:
Olá poeta, reflexiva tua poesia, não são os lugares que mudam, somos nós que a cada ano que passa, mudamos, e ao retornarmos a um lugar que por ora era familiar, esse lugar nos parece estranho, distante...,o Universo está em constante movimento e somos filhos dele nessa transformação, ás vezes dá vontade de voltar no tempo... contudo só em sonhos!
Taís
03/01/2010
(espaço literário-o melhor da web)
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