nesta tela o universo
nos sonhos decorado
a via láctea pintada
nebulosas e astros siderais
astronauta em terra firme
a cabeça no infinito
o corpo presente ausente
a imaginação itinerante
corcel alado
poeiras suspensas
nas estradas do mundo
girassóis redemoinhos
no mosaico de tons
desfilam sons
regendo orquestras
em notas angelicais
e do chão,
desejando as estrelas,
o sapo namora a lua,
sonha o menino encantado...
MORTA SEREI ÀRVORE SEREI TRONCO SEREI FRONDE. NÃO MORRE AQUELE QUE DEIXOU NA TERRA A MELODIA DE SEU CÃNTICO NA MÚSICA DE SEUS VERSOS. Cora Coralina, poetisa (1869-1985)
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
ONÍRICOS SOLILÓQUIOS
escrever é murmúrio
conversar sozinho
reunir palavras
buscando sentidos
para o dia a dia
a procissão dos fiéis
as heresias dos apóstatas
a dor imaginada
florindo jardins neutros
desapegos, desenganos,
garimpando enredos
amor com paixão
para, vivendo, viver
outras personagens
seus louros e aflições
sonhos e desilusões
banhando em luzes
outros cenários
animando o cotidiano
em novas roupagens...
conversar sozinho
reunir palavras
buscando sentidos
para o dia a dia
a procissão dos fiéis
as heresias dos apóstatas
a dor imaginada
florindo jardins neutros
desapegos, desenganos,
garimpando enredos
amor com paixão
para, vivendo, viver
outras personagens
seus louros e aflições
sonhos e desilusões
banhando em luzes
outros cenários
animando o cotidiano
em novas roupagens...
BRILHO NOTURNO
um poste
rua deserta em noite chuvosa
hirto em sua pose inconteste.
ostentando a luz solitária
iluminando passos, farol majestoso
chora as lágrimas das águas
escorrem pelo seu corpo
banhando, aliviando,
calor inclemente do verão
amenidades outonais
rescende flores do jardim primaveril
e tirita ao frio no desabrigo do inverno
no despontar da madrugada
ao clarão do astro rei
humilde se apaga
mantendo no ar os fios entre iguais
um detalhe no dia,
ausente de brilho próprio...
rua deserta em noite chuvosa
hirto em sua pose inconteste.
ostentando a luz solitária
iluminando passos, farol majestoso
chora as lágrimas das águas
escorrem pelo seu corpo
banhando, aliviando,
calor inclemente do verão
amenidades outonais
rescende flores do jardim primaveril
e tirita ao frio no desabrigo do inverno
no despontar da madrugada
ao clarão do astro rei
humilde se apaga
mantendo no ar os fios entre iguais
um detalhe no dia,
ausente de brilho próprio...
domingo, 26 de dezembro de 2010
VAGANDO
pés na areia
breves vestígios
sumindo na água
lambendo pegadas
voos em distâncias
no corpo presente
alhures venturas
na mente liberta
brisa amena
sereno orvalho
manhãs campestres
no sol da praia
horizontes e mares
arrebóis nascentes poentes
instantes multicoloridos
nas ondas verdes azuis
vagar alheio
volteios no ar
íntimo em paz
êxtase de existir....
breves vestígios
sumindo na água
lambendo pegadas
voos em distâncias
no corpo presente
alhures venturas
na mente liberta
brisa amena
sereno orvalho
manhãs campestres
no sol da praia
horizontes e mares
arrebóis nascentes poentes
instantes multicoloridos
nas ondas verdes azuis
vagar alheio
volteios no ar
íntimo em paz
êxtase de existir....
SOLITÁRIOS MÚRMURIOS
uivos lamentos na noite
distante lobo da alcateia
absorto no seu mundo
alcóolicos ares
mente liberta
dores extravasadas
lembranças funestas
hilárias e nem tanto
balanço anestesiado
de seus rancores
amores malamados
pilhérias e insucessos
universo restrito
no vazio da garrafa
reflexos condicionados
ao hábito da bílis saturada
entremeadas lágrimas
risadas amargas
piedade de si próprio
estrela embaçada
no brilho opaco
do vidro do copo...
distante lobo da alcateia
absorto no seu mundo
alcóolicos ares
mente liberta
dores extravasadas
lembranças funestas
hilárias e nem tanto
balanço anestesiado
de seus rancores
amores malamados
pilhérias e insucessos
universo restrito
no vazio da garrafa
reflexos condicionados
ao hábito da bílis saturada
entremeadas lágrimas
risadas amargas
piedade de si próprio
estrela embaçada
no brilho opaco
do vidro do copo...
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
RESISTÊNCIA
idealizado cenário
mesclado de sonhos
e desenganos
lembrados amiúdes
rotineiras batalhas
ânimos na jornada
como uma tela
vitrais em mosaico
dosagens boas, ruins
temperos da vida
nem amarga em demasia
e encantada em otimismo
pedregulhos em pés descalços
areia fofa nos desdéns da dor
perseveranças como leme....
mesclado de sonhos
e desenganos
lembrados amiúdes
rotineiras batalhas
ânimos na jornada
como uma tela
vitrais em mosaico
dosagens boas, ruins
temperos da vida
nem amarga em demasia
e encantada em otimismo
pedregulhos em pés descalços
areia fofa nos desdéns da dor
perseveranças como leme....
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
RECOMEÇOS
finda o dia
arrebóis no horizonte
sol poente se despede
clarão agoniza
transmuta em neons
nos postes
a luz de mercúrio
ilumina caminhos
orienta pedestres
transeuntes na noite
nos lares incendeiam
fosforecem lâmpadas
acalentos de afetos
retorno das lidas
no calendário
uma data vencida
renovadas energias
para o dia que virá
nascendo no cenário
astro rei brilhante
luzes e cantos
algaravias rotineiras,
a vida continua...
arrebóis no horizonte
sol poente se despede
clarão agoniza
transmuta em neons
nos postes
a luz de mercúrio
ilumina caminhos
orienta pedestres
transeuntes na noite
nos lares incendeiam
fosforecem lâmpadas
acalentos de afetos
retorno das lidas
no calendário
uma data vencida
renovadas energias
para o dia que virá
nascendo no cenário
astro rei brilhante
luzes e cantos
algaravias rotineiras,
a vida continua...
AUTOR & LEITOR
mudo contrato
tácito no silêncio
lidas páginas
vencida conquista
imerso no íntimo
da obra oferecida
navegante na ilusão
paixão, cumplicidade
desistência tediosa
quebrado encanto,
não acontecido,
entre as partes
mensagem sem ecos
parada na estante
esquecida
se lida, vivida,
cores e flores,
missão cumprida....
tácito no silêncio
lidas páginas
vencida conquista
imerso no íntimo
da obra oferecida
navegante na ilusão
paixão, cumplicidade
desistência tediosa
quebrado encanto,
não acontecido,
entre as partes
mensagem sem ecos
parada na estante
esquecida
se lida, vivida,
cores e flores,
missão cumprida....
sábado, 18 de dezembro de 2010
PALAVRAS
livres sugestões
no ar, suspensas,
arriscando enredos,
desenhados em prosa
ou mancos versos
buliçosas, atrevidas,
infestam toda a parte
anseiam forma,identidade,
não mais mera inspiração
clamam existência
seduzem em devaneios
encantam, inebriam,
consistência trazida
no hálito da escrita
massa de recheio
quitutes da cozinheira
argamassa do pedreiro
para quem as escuta
perscrutando anseios
palavras soltas
frases dando sentidos
corpos aos incorpóreos
deleites de sonhadores
das ilusões garímpeiros
no ar, suspensas,
arriscando enredos,
desenhados em prosa
ou mancos versos
buliçosas, atrevidas,
infestam toda a parte
anseiam forma,identidade,
não mais mera inspiração
clamam existência
seduzem em devaneios
encantam, inebriam,
consistência trazida
no hálito da escrita
massa de recheio
quitutes da cozinheira
argamassa do pedreiro
para quem as escuta
perscrutando anseios
palavras soltas
frases dando sentidos
corpos aos incorpóreos
deleites de sonhadores
das ilusões garímpeiros
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
FICTÍCIO SOFRER
descolorida musa
lamúrias irreais
sem nome e rosto
nem uma história
a se lamentar
ausências, em choro
difusa como o cinza
das chuvosas tardes
no anônimo das gentes
ah, como queria,
desculpa, razão,
desafogo em lágrimas
suspirar a dor
vivências, desditas,
de avassaladora paixão...
lamúrias irreais
sem nome e rosto
nem uma história
a se lamentar
ausências, em choro
difusa como o cinza
das chuvosas tardes
no anônimo das gentes
ah, como queria,
desculpa, razão,
desafogo em lágrimas
suspirar a dor
vivências, desditas,
de avassaladora paixão...
VAZIO
facetas do vazio
disformes formas
na luz, sombras
presença ausente
partida de alguém
alegrias subtraídas
fantasia descolor
pálidos sorrisos
marejados olhos
insosso viver
a esmo vivendo,
sem tino, saudades
passado aguado
igual presente
irreais nostalgias...
disformes formas
na luz, sombras
presença ausente
partida de alguém
alegrias subtraídas
fantasia descolor
pálidos sorrisos
marejados olhos
insosso viver
a esmo vivendo,
sem tino, saudades
passado aguado
igual presente
irreais nostalgias...
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
CHUVA
intensa,
insano lamento,
aborrecida, breu no dia
lambendo calçadas
levando sujeiras
bátegas carregadas
ilhando pessoas,
retendo em tumultos,
lambidas molhadas
penetrando atrevida
na sola dos calçados
úmidas vestes e cabelos
imponente, autoritária,
a todos subjuga,
cessa a lida, pausa exigida
até que toda lágrima
escorrida, exaurida,
consolada, deixe passar...
insano lamento,
aborrecida, breu no dia
lambendo calçadas
levando sujeiras
bátegas carregadas
ilhando pessoas,
retendo em tumultos,
lambidas molhadas
penetrando atrevida
na sola dos calçados
úmidas vestes e cabelos
imponente, autoritária,
a todos subjuga,
cessa a lida, pausa exigida
até que toda lágrima
escorrida, exaurida,
consolada, deixe passar...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
IMPONDERÁVEL FELICIDADE
bom seria
se todas as aspirações
fossem encontradas
em neons luminosos
anúncios de ocasião
assinando cheques
realizados sonhos
desejos de consumo
imóvel e auto novos
talvez uma viagem
outros países
curiosidades
vontades satisfeitas. voltam
tédio e angústia nas buscas
da tal felicidade
os lunáticos não penam
imponderáveis quimeras
na inesgotável esperança
viajantes nas galáxias
em anseios pelas estrelas
sem desistir de desejá-las...
se todas as aspirações
fossem encontradas
em neons luminosos
anúncios de ocasião
assinando cheques
realizados sonhos
desejos de consumo
imóvel e auto novos
talvez uma viagem
outros países
curiosidades
vontades satisfeitas. voltam
tédio e angústia nas buscas
da tal felicidade
os lunáticos não penam
imponderáveis quimeras
na inesgotável esperança
viajantes nas galáxias
em anseios pelas estrelas
sem desistir de desejá-las...
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
INDIVISÍVEIS ACERTOS
não abdico de meus débitos,
nem passo o leme da jornada,
à detentora de meus carinhos
assim, não digo:
és a razão de meus dias,
em figurado sentido
carregamos, cada qual,
desafios, aprendizados,
luzes e trevas do plantio
cruz não agravada
em alheios, amados ombros,
solidária amante, companheira
dos erros da caminhada
curto o fel das lições
resgate de desenganos
sofra eu mesmo,
suavizando pelo amor,
a semeadura dos desatinos...
nem passo o leme da jornada,
à detentora de meus carinhos
assim, não digo:
és a razão de meus dias,
em figurado sentido
carregamos, cada qual,
desafios, aprendizados,
luzes e trevas do plantio
cruz não agravada
em alheios, amados ombros,
solidária amante, companheira
dos erros da caminhada
curto o fel das lições
resgate de desenganos
sofra eu mesmo,
suavizando pelo amor,
a semeadura dos desatinos...
A VERDADE DE CADA UM
no silêncio, solitários
murmúrios, aranhas
tecem teias, teço enredos
deleitosos devaneios
viagens, miragens,
utopias e terapias
reflexões ou fugas
gritos mudos
luzes ou insanidades
ociosos momentos
ares de desdéns
daqueles que não se atém
na ázáfama das rotinas
cada formiga com sua folha
universos em suas verdades
se lido, me alegro,
se não, os entendo,
a cada qual o que lhes convém...
murmúrios, aranhas
tecem teias, teço enredos
deleitosos devaneios
viagens, miragens,
utopias e terapias
reflexões ou fugas
gritos mudos
luzes ou insanidades
ociosos momentos
ares de desdéns
daqueles que não se atém
na ázáfama das rotinas
cada formiga com sua folha
universos em suas verdades
se lido, me alegro,
se não, os entendo,
a cada qual o que lhes convém...
domingo, 5 de dezembro de 2010
ECOANDO
cada mensagem
reverbera ecos
aplacando dores
manso canto
romântico iludido
bravio, desiludido
emoções transbordadas
decifradas, enviadas,
a semelhantes a ouvirem
seja o choro de suas lágrimas
ou esplendor de seus momentos
comunicando sua existência
águas de chuviscos
engrossando temporais
rios buscando o mar...
reverbera ecos
aplacando dores
manso canto
romântico iludido
bravio, desiludido
emoções transbordadas
decifradas, enviadas,
a semelhantes a ouvirem
seja o choro de suas lágrimas
ou esplendor de seus momentos
comunicando sua existência
águas de chuviscos
engrossando temporais
rios buscando o mar...
sábado, 4 de dezembro de 2010
O AMOR EM RELEITURA
o escrito poderia ser
direto, linear, objetivo,
declaração rasteira: te amo!
expresso assim, deslustra,
obscurece, é ordinário,
jus não faz aos sentimentos
belo e intenso, em cuidados,
requer seja enviesado
no escrever elaborado
mesclado em metáforas
analogias garimpadas
alegorias que enalteçam
seja como for, de amor,
não há expressão inédita,
meros reflexos em outras luzes
refletidas em todos os tempos
por todos os Seres
antepassados apaixonados
posto que o sentir é eterno
efêmeros os poetas e poemas
perenes as verdades e emoções...
direto, linear, objetivo,
declaração rasteira: te amo!
expresso assim, deslustra,
obscurece, é ordinário,
jus não faz aos sentimentos
belo e intenso, em cuidados,
requer seja enviesado
no escrever elaborado
mesclado em metáforas
analogias garimpadas
alegorias que enalteçam
seja como for, de amor,
não há expressão inédita,
meros reflexos em outras luzes
refletidas em todos os tempos
por todos os Seres
antepassados apaixonados
posto que o sentir é eterno
efêmeros os poetas e poemas
perenes as verdades e emoções...
UNIVERSO EM CADA UM
ninguém é mau
somos crianças
adultos infantis
temos cicatrizes
lembranças
boas, ruins
a maldade é dor
doença passageira
lições de redenção
em cada rosto
caminhos andados
histórias de vidas
esperanças e dores
aprendizes no viver
risos e lágrimas...
somos crianças
adultos infantis
temos cicatrizes
lembranças
boas, ruins
a maldade é dor
doença passageira
lições de redenção
em cada rosto
caminhos andados
histórias de vidas
esperanças e dores
aprendizes no viver
risos e lágrimas...
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
SACUDINDO A POEIRA
noite agitada
perturbada
mal dormida
vem o amanhecer
o sol vibrante
o recomeço
dores passageiras
toleradas, suportadas
detalhes da caminhada
breve o riso
o conforto
o renascer
sempre o antídoto
para as feridas
cicatrizes esquecidas
eternos amanhãs
acenando o viver
esperanças renovadas...
perturbada
mal dormida
vem o amanhecer
o sol vibrante
o recomeço
dores passageiras
toleradas, suportadas
detalhes da caminhada
breve o riso
o conforto
o renascer
sempre o antídoto
para as feridas
cicatrizes esquecidas
eternos amanhãs
acenando o viver
esperanças renovadas...
NOSSO MUNDO, PASSAGEM.
atmosfera de dores
incompreensões,
desamores
fomes
guerras
fratricidas disputas
lágrimas
de saudades
mortes, despedidas
nosso mundo
universo escola
aprendizagens
ver as estrelas
aspirar aos céus
alados pássaros atados
no charco vicejante
caminhantes da longa jornada
burilando-se para espaços mais belos...
incompreensões,
desamores
fomes
guerras
fratricidas disputas
lágrimas
de saudades
mortes, despedidas
nosso mundo
universo escola
aprendizagens
ver as estrelas
aspirar aos céus
alados pássaros atados
no charco vicejante
caminhantes da longa jornada
burilando-se para espaços mais belos...
BREVE VISITA
brotou na face o brilho
incendiando, vibrando,
criança interior renascida
trazendo na expressão
raios revivescentes
fêz-se alado
sobrevoou as aparências
vivendo em instantes
mágicos, oníricos
acima das conveniências
das formalidades
das frustrações mundanas
Ser angelical, divino,
rompendo véus
das dimensões paralelas
depositou flores
acarinhou o próximo
e voltou para a luz...
incendiando, vibrando,
criança interior renascida
trazendo na expressão
raios revivescentes
fêz-se alado
sobrevoou as aparências
vivendo em instantes
mágicos, oníricos
acima das conveniências
das formalidades
das frustrações mundanas
Ser angelical, divino,
rompendo véus
das dimensões paralelas
depositou flores
acarinhou o próximo
e voltou para a luz...
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
SEM TRÉGUAS
queda o corpo
exaurido, cansado,
incessante a mente
viaja intensa
se delicia
e martiriza
busca nas imagens
razões de viagens
e azos no tempo
mescla sensações
no olfato sentidos
recria cenários
ainda que o resto
reclame silêncio
turbilhões íntimos
não cede a guarda
sufoca, agita, anseia
em enigmas, labirintos...
exaurido, cansado,
incessante a mente
viaja intensa
se delicia
e martiriza
busca nas imagens
razões de viagens
e azos no tempo
mescla sensações
no olfato sentidos
recria cenários
ainda que o resto
reclame silêncio
turbilhões íntimos
não cede a guarda
sufoca, agita, anseia
em enigmas, labirintos...
terça-feira, 30 de novembro de 2010
A ARTE NO VIVER
halos das inspirações
suores, respiração
atos corriqueiros
assim, o jardineiro
na poda das flores,
a costureira a coser
o pedreiro e sua parede
a visão do arquiteto
a decoração aprumada
a criança e seu brinquedo
arrebóis no horizonte
o poeta e suas letras
a vida escola,
sofrida, curtida,
desafios e encantos...
suores, respiração
atos corriqueiros
assim, o jardineiro
na poda das flores,
a costureira a coser
o pedreiro e sua parede
a visão do arquiteto
a decoração aprumada
a criança e seu brinquedo
arrebóis no horizonte
o poeta e suas letras
a vida escola,
sofrida, curtida,
desafios e encantos...
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
ILUSÓRIAS VITÓRIAS
ouçamos os lamentos
de todas as civilizações
no enrodilhar das trajetórias
pedras sobre pedras
castelos desmoronados
fraticidas lutas pelo poder
efêmero como os ventos
mutantes em cada estação
poeiras dos tempos
títulos e honrarias
esqueletos e cinzas
estandartes em sangue
marcha penosa, medalhas,
renitentes penitentes
fátuos brilhos, pseudo vitórias...
de todas as civilizações
no enrodilhar das trajetórias
pedras sobre pedras
castelos desmoronados
fraticidas lutas pelo poder
efêmero como os ventos
mutantes em cada estação
poeiras dos tempos
títulos e honrarias
esqueletos e cinzas
estandartes em sangue
marcha penosa, medalhas,
renitentes penitentes
fátuos brilhos, pseudo vitórias...
APELO PAGÃO

do filho descrente,
um apelo, um sinal.
de suas vibrações de paz
no olhar abnegado
eflúvios amenizantes
ao fogo intenso
no íntimo penar
em que se bate
rogai, ó querida,
por este renitente,
a sofrer,
ingrato,
infiel,
que a ignora...
*Selecionada para figurar na antologia VERSOS PARA MARIA, editora CBJE, Rio de Janeiro/RJ, julho/2011
ANJO OU DEMÔNIO
quem, do centro do tablado,
tênue iluminado,
deserto de alegorias, surreal;
faz-nos alçar em inusitados estados
pássaros desacostumados de voar
coniventes,acomodados, aparlermados
franzina figura de evocação divina,
voz afinada e gestos intensos,
fazendo do pobre cenário, imenso;
desafios inquietantes inoportunos,
da poltrona à ousadia de pensar
provocando choros, gemidos, suores;
que Ser é este, magnânimo
ou satânico, em vestes divinais,
ressuscitando os mortos
das idéias fossilizadas
verdades consolidadas
para o sonho além, libertário ?...
tênue iluminado,
deserto de alegorias, surreal;
faz-nos alçar em inusitados estados
pássaros desacostumados de voar
coniventes,acomodados, aparlermados
franzina figura de evocação divina,
voz afinada e gestos intensos,
fazendo do pobre cenário, imenso;
desafios inquietantes inoportunos,
da poltrona à ousadia de pensar
provocando choros, gemidos, suores;
que Ser é este, magnânimo
ou satânico, em vestes divinais,
ressuscitando os mortos
das idéias fossilizadas
verdades consolidadas
para o sonho além, libertário ?...
IMORTALIDADE
voltaremos em contextos,
vindo inusitados,
ocasionais, despropositados
figurantes em momentos,
numa conversa fiada,
num repente, acaso,
eis-nos, novamente em cena,
furtivos instantes,
revividos em lembranças
de contemporâneos retardatários
estaremos ressuscitados
como personagens passados...
vindo inusitados,
ocasionais, despropositados
figurantes em momentos,
numa conversa fiada,
num repente, acaso,
eis-nos, novamente em cena,
furtivos instantes,
revividos em lembranças
de contemporâneos retardatários
estaremos ressuscitados
como personagens passados...
DOR & AMOR
rastros na caminhada
louvores em mel
feridas em fel
passos certos
incertos rumos
rotas imprecisas
pegadas lembradas
mágoas esquecidas
dores relevadas
vida vivida
curtida
sofrida
lições na dor
aprendizados
ensinos de amor...
louvores em mel
feridas em fel
passos certos
incertos rumos
rotas imprecisas
pegadas lembradas
mágoas esquecidas
dores relevadas
vida vivida
curtida
sofrida
lições na dor
aprendizados
ensinos de amor...
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
ESTRANHO CONHECIDO ( CONTO)
A decisão de ali estar foi conflitante, luta íntima, inglória, um reclamo mudo, angustiante, de socorro, sem ,contudo, saber o que o esperava. Foram noites insones, avaliações da vida, sentimentos martirizados em reflexões. Um verdadeiro balanço de seus atos, um reencontro consigo mesmo, um reatar amargo com um passado que julgava superado.
Nos idos tempos, rompera com a placidez insossa de seus dias, renegando a apatia de seu cotidiano, dera uma guinada, um recomeço de rota, viagem sem espaços ao que deixava, em busca de um destino ignorado em novos caminhos. Atrás de si relembrava uma história mal vivida, angustiante, e deu asas a si próprio e ousou caminhar em novas estradas...
Mas, ali estava frente àquela casa que um dia habitou, a qual abandonou sem maiores despedidas, em uma incógnita retirada. Cansara-se de si mesmo naquelas rotinas, os papéis que a vida se lhe apresentara, uma casa para cuidar, mulher e crianças.Sentiu-se asfixiado naquele panorama, como se estivesse morto embora respirasse, refletisse, necessitava de ar puro, outros ares, novas tentativas de seguir andando, naquela situação, definitivamente, não se encontrava. Fora vencido pelo tédio do ir e vir ao modorrento trabalho e voltar para o lar em dias sucessivos e intermináveis. Lida insuportável, maçante. Rompera com isso há anos, evadira-se como um libertino, irresponsável, desatara por si mesmo os laços que o prendiam àquelas penosas obrigações, sem relevar seus compromissos assumidos com o enredo de outras vidas, esposa e filhos.
O que poderiam ter pensado de seus desatinos ? Enlouquecera, talvez, mas aonde andaria, teriam- no procurado ? Nunca soube, partira sem deixar vestígios, bilhetes, telefonemas, nada, assim fizera com a repartição em que trabalhava, simplesmente tomara outro rumo, em busca da ignota e sedutora liberdade. Na verdade procurou apagar seus próprios rastros, não se dando a pensamentos e preocupações que julgava inúteis.
Vagara por outros mundos, assumira outras funções, apenas o nome, por impossível de se mudar, continuou o mesmo.
Andara a esmo, curtindo cada aventura, sabores e dissabores de sua escolha. Mas voltava ao ponto de partida, uma bagagem apenas, uma roupa surrada, as cãs dos cabelos revelando tempos áridos e distantes, face sulcada, vitalidades pretéritas já no ocaso da existência. Um pigarrear incômodo, baços olhos a vislumbrar fronteiriço o lar , teto esquecido.
Lembrar-se-iam dele ? O casal de filhos já estavam adultos, seria a esposa ainda viva? Pensamentos a distraírem-no ante aquela casa, poucos metros o distanciavam até a porta da entrada, temores de tocar a campainha, talvez fosse melhor retornar sob os próprios passos, assumir a sua opção de ser só e independente... Fora-se ainda jovem, resoluto, por que retornar, velho, alquebrado, ao ponto inicial?
Quem levantar-se-ia para advogar suas razões existenciais, rarefeitas de responsabilidades ? Apresentava-se com uma mala, poucas roupas, uma personagem trânsfugas, não o herói que foi à luta e retorna da guerra glorioso de seus feitos, mas o pássaro que alçou alturas, desdenhou o ninho e agora implora calor,abrigo, aconchego.
Chegar até ali havia sido um avanço, ir até a porta, todavia, parecia impossível, as pernas fincadas como cimento no solo, não conseguia se mover , já não tinha as mesmas certezas de outrora, onde, resoluto, debandara. Tinha ciência de sua posição egoísta. Tivera sobre si os cuidados de uma família e não o incomodou o fardo transferido aos ombros únicos da companheira que esposara.
Sentia-se retraído, os próprios pensamentos o martelavam, a consciência o acusava de sua fuga, de sua leviana opção, talvez não resistisse às inevitáveis acusações, legítimas, guardadas em mágoas pelos entes abandonados à própria sorte, sem sequer saberem de seu paradeiro errante. Como devem ter sentido a falta de um pai à mesa, em seus momentos de inseguranças, próprios da infância e da adolescência, onde a figura paterna é um arrimo, um consolo, conjecturava amargo e culpado.
E o que dizer das necessidades experimentadas pela companheira, de repente sozinha a responder pelos deveres e compromissos de uma casa ? E aonde andava ele nesses tempos ? Voando ao léu, sem porto certo, à deriva de si mesmo. Um frio suor porejava nas têmporas, aquilo era demais para ser enfrentado, não se sentia capaz desse encontro íntimo com sua história .Mas permanecia imóvel, atado feito estátua naquele ponto fixo, frente à antiga morada, como em um tribunal sendo julgado por si mesmo.
Absorto em suas reflexões, estatelado onde estava, viu a porta abrir-se, um casal de meia idade, sorridentes, saírem abraçados, em atitudes de companheirismo e amor. Duas belas crianças despediam-se dos velhos, possivelmente os netos, em gracejos e folguedos.
Ao passarem por ele, os olhos dela, curiosos, cruzaram-se com os dele, fitaram-se; sentiu que fora reconhecido, mas ela permaneceu muda, como se questionando de onde o conhecia...instantes breves, ou longos demais, um aceno de despedidas ou a constatação de uma verdade, o casal afastou-se, tendo ela, voltando-se, num átimo, para fitá-lo mais uma vez...
Acabrunhado, encurvado sobre si mesmo, fazia o caminho de volta, rumo ao desconhecido, na esteira da aventura que o seduzira.
Retirava-se aliviado por evitar o confronto com os seus. Melhor a morte inevitável como desconhecido a expor-se diante às vítimas de suas escolhas, na caridade inoportuna e imerecida, a ser reivindicada apenas pelos laços de sangue, distantes do afeto não semeado.
Naquele ninho, outrora abandonado, existia outro pássaro ocupando o lugar negligenciado, e, por certo, assumira seus deveres e colhia o reconhecimento de seus entes familiares.
Quanto a ele, apenas uma sombra, um detalhe do passado...
*Selecionado para figurar na Antologia de Contos Criadores & Criaturas, edit. CBJE, Rio de Janeiro/RJ, edição Janeiro/2011.
VIDAS ENCENADAS
singulares átimos
encantados momentos
frenéticas pulsações
um corpo em outro
simbiose catártica
enaltecem as jugulares
umedecem as pupilas
deblaterando no palco
gestos dramáticos
congestos, incendidos
figura encarnada
vivendo a personagem
semeando emoções, reflexões,
colhendo aplausos...
encantados momentos
frenéticas pulsações
um corpo em outro
simbiose catártica
enaltecem as jugulares
umedecem as pupilas
deblaterando no palco
gestos dramáticos
congestos, incendidos
figura encarnada
vivendo a personagem
semeando emoções, reflexões,
colhendo aplausos...
domingo, 21 de novembro de 2010
VESPERTINAS ROTINAS
entre as rotinas
manhãs apressadas
e a hora vespertina
exaurida calorenta
ou cinza pálida
na ausência do sol
modorras da digestão
demarcando horários
meio dia já finalizado
nas tardes intensas
pulsações frenéticas
do período derradeiro
abelhas irriquietas
humanas colméias
tarefas consumidas
prelúdio da noite
movimentos
ida da vinda...
manhãs apressadas
e a hora vespertina
exaurida calorenta
ou cinza pálida
na ausência do sol
modorras da digestão
demarcando horários
meio dia já finalizado
nas tardes intensas
pulsações frenéticas
do período derradeiro
abelhas irriquietas
humanas colméias
tarefas consumidas
prelúdio da noite
movimentos
ida da vinda...
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
IMÓVEIS VIAGENS
decodificando códigos
verbais sentidos
aleatórios, imaginosos
pedra a pedra
letra a letra
castelos de sonhos
descrevendo o real
no irreal das coisas
alegorias, fantasias
às avessas da ótica
enfoques inusitados
estátuas e símbolos
plasmando a tela
cultivando sensações
apreendendo emoções
presente distante
andarilho sem estradas
astronauta em terra firme...
verbais sentidos
aleatórios, imaginosos
pedra a pedra
letra a letra
castelos de sonhos
descrevendo o real
no irreal das coisas
alegorias, fantasias
às avessas da ótica
enfoques inusitados
estátuas e símbolos
plasmando a tela
cultivando sensações
apreendendo emoções
presente distante
andarilho sem estradas
astronauta em terra firme...
sábado, 13 de novembro de 2010
CRIADORES DE ILUSÕES
notas evoladas do instrumento
soprando as canções no tempo
emoções, sentimentosna pedra bruta
garimpando detalhes
figuras esculpidas
tons em pinceladas
melodias expressas
em telas oníricas
colhendo flores
nos jardins da alma
compondo versos
saudando a vida
realçando belezas
eternizando a existência...
*Selecionada para figurar na 73° Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, edição Janeiro/2011
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